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A imagem desse sete de setembro vai entrar para a história: uma presidente de um “governo popular” acuada, isolada, impedida de falar em cadeia nacional de televisão e rádio para evitar os “panelaços”, separada do povo por um muro vergonhoso de placas de metal, e protegida ironicamente pelos militares, os mesmos que essa turma combateu na década de 1960 quando desejava transformar o Brasil numa enorme Cuba.

Toda aquela “luta pela democracia” foi para terminar assim, como uma espécie de tirana isolada sem nenhum apoio popular? Uma presidente que não pode mais sair às ruas e ter contato direto com a população? Que coisa lúgubre. Mas ninguém pode negar que foi o próprio PT que plantou isso que agora colhe. Foram anos de populismo, de roubalheira, de cinismo, de segregação da população, de incompetência.

O resultado está aí: inflação de 10%, queda do PIB de uns 3%, recessão, desemprego crescente, e um governo que mal consegue simular um reconhecimento de culpa. Dilma grava vídeo pela internet, para fugir das vaias, em que diz que pode ter errado, e seu “erro” foi ter reagido de forma excessiva à crise internacional. Ou seja, ela continua culpando a crise lá fora pela lambança que suas medidas, e apenas suas medidas, produziram no país.

Dilma é totalmente incapaz de ter a humildade para aprender com os erros, para admitir que sua “nova matriz macroeconômica” foi um completo fracasso, como nós liberais alertamos que seria. Ela não tem a dignidade de reconhecer que o “nacional-desenvolvimentismo” que adotou como fundo ideológico é um enorme equívoco. Não tem a coragem de vir a público pedir abertamente desculpas pelo estelionato eleitoral, pela propaganda enganosa abjeta que fez durante a campanha eleitoral.

Lula sumiu, não tem como sequer cumprir o que prometeu, sair às ruas para defender seu “legado”, pois todos sabem que seu verdadeiro legado é a presidente Dilma, sua criatura, ele mesmo em outra forma, como o próprio cansou de dizer. Nem no nordeste, foco maior do populismo alimentado pela miséria e a ignorância maiores, o PT consegue circular em paz. A máscara caiu. O povo acordou. O PT definha.

E ver uma cena digna de um regime ditatorial, em que, na celebração da independência, há apenas uma presidente isolada do povo e cercada de militares, falando com as placas de metal que não podem reagir, vaiar, gritar, é algo lamentável, melancólico. Mas é a cara do PT, um partido que sempre falou em nome do povo, mas fez tudo contra ele. Um partido que se dizia popular, mas nunca passou de nada além de populista, como seus companheiros bolivarianos, que não por coincidência também precisam de guardas armados para lhes separar do povo revoltado e indignado.

Como o Brasil ainda não é a Venezuela, nem será, a população pode ser impedida de vaiar a presidente nas comemorações da independência, mas não pode ser impedida de, depois, protestar. E com criatividade e humor, marcas registradas do brasileiro. Enquanto o PT se isola cada vez mais, tendo “apoio” apenas dos “movimentos sociais” vendidos, as ruas são tomadas pelos bonecos Pixuleco 13-171 e Pinóquia, a mentirosa compulsiva. É a resposta de um povo cansado de ser massacrado por esse desgoverno incompetente, corrupto e cínico.

Rodrigo Constantino

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