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Rodrigo Maia alfineta governo e diz que falta agenda social para mais pobres, mas melhor programa social se chama emprego!
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Provável relator da reforma da Previdência no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE) vê clima favorável para a inclusão de estados e municípios na tramitação final do projeto. Em entrevista ao GLOBO após a aprovação do texto em primeiro turno na Câmara , o senador prevê que a reforma será aprovada com mais rapidez no Senado, até setembro.

Para o tucano, o Congresso assumiu a liderança da agenda econômica, numa espécie de “semiparlamentarismo” em meio às dificuldades de articulação e de execução que diagnostica no governo Bolsonaro . Tasso também critica o ministro da Economia, Paulo Guedes. Diz que ele “não tem experiência na coisa pública” e que é “um homem inteligente, sabe o que quer, mas não sabe executar”.

“Quando a gente fala em PEC paralela significa que vamos votar o que passou na Câmara, que é o coração do projeto, e que acho que vamos aprovar com uma rapidez muito grande, até setembro. Ao mesmo tempo, recolocaremos na pauta estados e municípios, sem os quais achamos que a reforma ficaria incompleta. Se aprovarmos no Senado essa parte, o clima vai ser diferente quando voltar à Câmara, porque o coração do texto estará aprovado. A chance de os deputados se mostrarem favoráveis cresce muito”, disse o senador.

Em entrevista ao mesmo jornal, o presidente da Câmara Rodrigo Maia também reforçou o papel do Parlamento,  afirmando que “para recuperar o respeito da sociedade, o parlamento precisa assumir seu protagonismo”, e chegou a acusar o governo de não ter uma agenda social voltada para os mais pobres. Porém, como sabiam Reagan e Thatcher, e melhor programa social se chama trabalho, e para reduzir o nível de desemprego atual a agenda liberal econômica do governo, especialmente da equipe de Paulo Guedes, aponta na direção certa.

Para Maia, a liderança do governo no Congresso não tratou dos interesses dos mais pobres na reforma da Previdência e sim das corporações que ajudaram a eleger o presidente Jair Bolsonaro. Ele tem um ponto, e é compreensível a troca de farpas, especialmente porque o próprio presidente contribuiu muito para um clima anti-Congresso, enquanto a maciça aprovação do texto-base da reforma mostrou um Parlamento alinhado com os interesses da nação, apesar de o PSL, partido do presidente, ter mesmo feito o papel de sindicato de corporação.

É natural o ressentimento de parte do Parlamento com o Executivo, uma vez que houve mesmo um investimento na tática do confronto. E é saudável para a democracia que o Congresso tenha maior autonomia. O mais importante de tudo, porém, é seguir na agenda de reformas liberais, independentemente de quem é o pai delas. Com 13 milhões de desempregados, o povo tem pressa!

Rodrigo Constantino

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