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Fonte: Zero Hora
Fonte: Zero Hora| Foto:

O governo Bolsonaro completou seis meses de vida. Qual o balanço até aqui? Começando pelo final, é inegável que sua gestão teve um bom trunfo para mostrar com o histórico acordo entre Mercosul e União Europeia. Trata-se de algo que vinha sendo costurado há duas décadas e finalmente foi assinado, com algumas concessões importantes, mas que em linhas gerais significam mais comércio mundial para nossas empresas e insumos importados mais baratos para nossos consumidores e também empresas. Mais comércio global é sempre algo a ser festejado.

Fora isso, a ala liberal da economia tem trabalhado duro para destravar os obstáculos criados pelo governo. A MP da Liberdade Econômica foi nessa direção, e há várias outras iniciativas de desburocratização na pauta. A agenda de privatizações segue andando também, com as principais estataias vendendo ativos, enxugando quadro e devolvendo recursos para o Tesouro, no caso dos bancos. Claro que um liberal gostaria de ver mudanças mais rápidas aqui, mas é preciso compreender as limitações práticas do mundo político, ainda mais com a reforma previdenciária em tramitação no Congresso.

E eis aí a prioridade número um do governo. Está andando, com altos e baixos, cortes eram inevitáveis, e alguma desidratação será parte natural do processo. Mas a população já entendeu a urgência dela, e ai dos parlamentares que votarem contra ou tentarem modificar sua essência: pagarão um alto preço político.

Fora isso, tivemos muitas polêmicas desnecessárias, especialmente da ala mais ideológica do governo. Muita confusão nas redes sociais, demissões após frituras de ministros, uma investida na narrativa antipolítica que apenas atrapalha o trabalho de articulação com o Congresso. Esse continua sendo o calcanhar de Aquiles do governo, assim como uma mentalidade um tanto populista e autoritária.

Mas, em termos gerais, acho que merece uma nota 7 ou até mesmo 8. Dependesse da área econômica, seria quase nota máxima, mas há esses problemas gerados pela turma radical. Não obstante, promessas de campanha estão sendo cumpridas, apesar de formas inadequadas às vezes, como na questão do decreto das armas, que deveria ser por via legislativa.

Se o presidente conseguir conter seus filhos e aliados mais extremistas, poderá deixar um bom legado. Ajudaria não pensar tão cedo em reeleição…

Rodrigo Constantino

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