Adoro o esquema do Parlamento britânico. Parece um ringue! Situação e oposição ficam frente a frente, cara a cara, tête-à-tête, olhos nos olhos. E isso desde sempre vem lapidando sua capacidade de retórica, sua velocidade nas respostas. Churchill foi o maior mestre de todos, mas deixou pupilos, herdeiros.
E os conservadores, em geral, costumam dar um banho nos esquerdistas. É que nesse confronto direto a retórica vazia não tem muita vez. Os clichês são logo chamados na chincha, e como a esquerda atual basicamente só tem slogans sensacionalistas sem embasamento, a humilhação é imediata.
Foi o que aconteceu quando um trabalhista resolveu mostrar sua indignação com a primeira-ministra por ela ir se encontrar com Donald Trump, o presidente legitimamente eleito pelos americanos. O senhor, que deveria ter vergonha pelos cabelos e barba brancos, puxou da cartola todos os rótulos batidos para demonizar Trump. E levou na cabeça uma resposta que o deixou completamente atordoado, tonto, sem rumo. Vejam:
Como dizem nas redes sociais: May “lacrou”! Ela “mitou”, e o pobre coitado, acostumado a impressionar idiotas úteis em comícios de sindicatos, nem anotou a placa do caminhão que o atropelou. Que volte lá para “governar” seus companheiros de demagogia, pois May tem uma nação para governar!
E não é essa a grande diferença entre a esquerda e os conservadores? Os primeiros só sabem governar protestos, manifestações, badernas, enquanto os últimos precisam governar o país, normalmente consertando grande quantidade de estragos deixados pela esquerda. É o ciclo das democracias modernas.
Rodrigo Constantino