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Transgêneros competindo com mulheres no esporte: como isso ajuda no “empoderamento” feminino?
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Para (quase) todos os efeitos, Amadi Yearwood é um garoto de 15 anos. Mas, por se identificar como uma garota (e adotar o nome de Andraya), ele foi autorizado a competir na categoria feminina em um torneio escolar estadual em Connecticut, nos Estados Unidos. Em sua primeira competição na nova categoria, em abril, acabou vencendo as oponentes com facilidade nos 100 e 200 metros rasos.

Em Connecticut, as leis antidiscriminação fazem menção à “identidade ou expressão de gênero”, o que torna difícil às escolas evitar situações como essa. A regra permite que Andraya, que passou a se identificar como garota há cerca de um ano, participe de competições contra meninas.  Antes de iniciar o Ensino Médio, Andraya competia no time masculino.

Andraya ainda não iniciou o tratamento hormonal e não passou por qualquer intervenção cirúrgica. Biologicamente, ele não difere de outros garotos de quinze anos. E garotos costumam correr mais rápido do que garotas. De acordo com estudos comparativos, homens têm de 30% a 50% mais capacidade física do que as mulheres.

Nos 100 metros rasos, por exemplo, nenhuma mulher jamais chegou perto de correr abaixo dos 10 segundos. Elaine Thompson levou a medalha de ouro com um tempo de 10.71 nas Olimpíadas do Rio, e o recorde mundial é de 10.49 segundos. Entre os homens, a marca foi batida há quatro décadas, e seis dos oito os finalistas da última Olimpíada correram os 100 metros em menos de 10 segundos.

Matt Walsh, no The Blaze, questionou: como exatamente esse caso ajuda no “empoderamento” feminino? Ele escreveu, em tradução livre:

Digam-me novamente, esquerdistas, sobre sua grande preocupação com as mulheres. Por favor, falem sobre a necessidade de capacitar as jovens e dar-lhes oportunidades. Por favor, contem-me sobre suas opiniões e políticas “pró-mulher”. Então, se puderem, expliquem gentilmente como essa história se encaixa em tudo isso.

Um garoto com bigode que “se identifica como uma menina” ganhou heroicamente o ouro na corrida de 100 metros e na corrida de 200 metros para os campeonatos estaduais femininos de Connecticut na semana passada. Seus tempos o colocariam um segundo completo atrás do último lugar na competição masculina, mas contra as meninas ele facilmente ficou em primeiro. Além da insanidade geral da situação, há dois aspectos particularmente perturbadores desta história e espero que vocês possam nos ajudar a ver o positivo nestes:

Primeiro, o menino e seus pais demonstraram total desrespeito pelas garotas que ele derrotou. O garoto, “Andraya”, regozijou-se com o fato de ter ganho, mas ele “meio que esperava isso”. Uau, eu me pergunto por quê?

Seu pai graciosamente alegou que a justiça é irrelevante e tudo o que importa é se o filho está feliz. “Em termos de justiça, não penso nisso como pai. Eu só penso, é meu [filho] feliz, saudável e capaz de participar do que [ele] quer fazer … [Ele] conseguiu competir como uma menina onde [ele] sente que [ele] deve competir”. Isso é o que se chama uma terrível educação parental.

Sua mãe também desdenhou das garotas que tiveram roubadas uma oportunidade para ganhar numa corrida justa. “Eu sei que eles vão dizer que é injusto e não é correto, mas o que eu acredito é: por que não … [ele] está competindo e praticando e dando o melhor de si, executando e excelência com base em suas habilidades. Deixe isso ser suficiente. Deixe-[o] fazer isso e fique orgulhoso disso”. Deve ser “o suficiente”, ela diz, que seu filho esteja feliz e orgulhoso. Isso é tudo o que deveria importar para qualquer um. Por favor expliquem, esquerdistas, como os pais e o menino têm a atitude certa aqui.

Em segundo lugar, as verdadeiras meninas da corrida foram tão pressionadas ao silêncio e à submissão que temiam até mesmo expressar seu desagrado em relação à concorrência sendo descaradamente manipulada contra elas. Kate Hall, a estudante que tirou o segundo lugar, mas de fato ficou em primeiro lugar, chorou e confessou estar “frustrada”, mas depois acrescentou: “É assim que é agora”. “Eu realmente não posso dizer o que eu quero dizer, mas não há muito o que eu possa fazer sobre isso”, ela murmurou abatida.

Então, esquerdistas, me digam como essas meninas se beneficiaram dessa fantasia de que homens biológicos também podem ser meninas. Melhor ainda, digam a elas. Vão até Kate Hall e expliquem que ela não tem o direito de se decepcionar. Expliquem que, embora Andraya tenha vantagens biológicas insuperáveis, ainda é justo que ele possa competir porque é o que ele quer. Expliquem que seus desejos e seus sentimentos devem sempre vir antes dos demais. Expliquem como a felicidade de um homem biológico supera a felicidade de cada garota que ele derrotou. Por favor expliquem.

E então talvez vocês tenham que se sentar com todas as meninas em todo o país e deixá-las saber que a extinção dos esportes femininos está no horizonte. Por favor, expliquem como isso é tudo para seu próprio bem. Afinal, as mulheres não podem competir em ligas femininas se os homens estão competindo em ligas femininas. Então, não haverá mais ligas de mulheres. Haverá ligas masculinas e depois as ligas masculinas com roupas femininas. Estou realmente esperando que vocês possam explicar à minha filha e a todas as nossas filhas como é “empoderamento” assistir ao fim da competição atlética feminina.

E, enquanto vocês estiverem tendo essa discussão, certifiquem-se de explicar também como seu silêncio e submissão são, neste caso, certos e saudáveis. Essas garotas têm medo de falar e deixar que seus sentimentos sejam conhecidos. Elas têm medo de dizer que querem suas próprias ligas e seus próprios banheiros e sua própria identidade. Eles têm medo de afirmar seu direito à segurança e à privacidade. Mas isso é bom, não? Esses preconceituosos devem ser intimidados, certo? Eles deveriam simplesmente se calar e seguir adiante. Digam-lhes isso. Por favor, expliquem. Eu não acho que elas entendem ainda. Por favor, vocês, mulheres feministas, defensoras dos direitos das mulheres, protetores da autonomia feminina. Por favor, venham e deixem isso bem claro para que todas compreendam. Digam como as coisas são, assim:

“Não, garotas, vocês não têm mais os seus próprios banheiros. Vocês não obtêm suas próprias ligas. Vocês não possuem sua própria identidade. Não se os homens quiserem participar. Calem-se e deixem o homem te superar. Deixem ele pegar sua medalha de ouro. Deixem-no fazer o que quiser. Vocês não têm escolha. Os fetiches dos homens devem vir primeiro. O desejo que vocês podem ter para defender sua própria identidade é transfobia. Vocês deviam se envergonhar. Seus sentimentos não são legítimos”.

Coloquem isso em faixas nas marchas feministas. Façam disso seu grito de protesto. Vão em frente. Por favor.

Rodrigo Constantino

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