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Trump quer nova ordem liberal mundial com estados soberanos
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Em discurso em Bruxelas nesta terça-feira, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, prometeu uma “nova ordem mundial liberal”, na qual alguns tratados e instituições internacionais serão reforçados, enquanto outros serão enfraquecidos. O chefe da diplomacia do governo Trump criticou instituições como as Nações Unidas, a União Europeia, a Organização Mundial do Comércio, o Fundo Monetário Internacional e a União Africana, ao mesmo tempo em que exaltou a Otan, descrita como uma “instituição indispensável”.

Ao tentar explicar como os Estados Unidos pretendem conciliar sua liderança internacional com o nacionalismo da política de “América Primeiro” de Trump, o secretário de Estado afirmou que o presidente americano está reformando a ordem liberal mundial, e não destruindo essa ordem, como é acusado de fazer, inclusive por aliados históricos dos Estados Unidos. Em sintonia com o discurso contra o “globalismo” feito por Trump na Assembleia Geral da ONU em setembro deste ano, quando o presidente americano atacou a “burocracia global”, Pompeo afirmou que a nova ordem se baseará em “Estados soberanos, não em instituições multilaterais”:

— Nas melhores tradições de nossa grande democracia, estamos reunindo as nações nobres para construir uma nova ordem liberal que impeça a guerra e alcance maior prosperidade — disse Pompeo a diplomatas e autoridades, citando o Brexit como um sinal de que as organizações supranacionais são ineficazes. — Estamos agindo para preservar, proteger e avançar um mundo justo, transparente e livre de Estados soberanos.

Este projeto, ele disse, exigirá a “restauração real, não fingida, da ordem liberal entre as nações”. A “liderança assertiva” dos EUA será necessária para tal, ao lado de “democracias em todo o mundo”.

Essas entidades multilaterais surgiram com as melhores das intenções, mas é inegável que foram capturadas por burocratas e políticos “progressistas”, e muitas vezes são utilizadas contra a defesa da liberdade, da globalização, do livre comércio.

Muitos analistas têm confundido as críticas de Trump e parte da direita ao “globalismo” com um ataque à globalização em si, o que não é justo. Que há uma retórica excessivamente nacionalista e mesmo protecionista no governo Trump, isso é fato.

Mas só quem nada compreendeu sobre o fenômeno do Brexit pode achar que o desejo de reformar essas entidades “globalistas” é sinônimo de pregar o fechamento tribal do mundo, como se a América desejasse ser uma Coreia do Norte. Ridículo.

Nesse vídeo, explico melhor as diferenças entre globalismo e globalização, o que, acredito, ajuda a entender a posição do governo Trump nessa busca por uma nova ordem liberal mundial, menos dependente de certas instituições multilaterais:

Rodrigo Constantino

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