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Vice-presidente do PSDB nacional, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman cobrou nesta sexta-feira que o prefeito João Doria (PSDB) assuma se é pré-candidato à Presidência da República. É a primeira vez que um dirigente tucano exige um posicionamento público do prefeito, verbalizando uma irritação crescente nos bastidores do partido em São Paulo.

A cobrança veio em um vídeo publicado na internet por Goldman com o título “Nove meses, e o prefeito ainda não nasceu”. Nele, o ex-governador, uma das vozes mais críticas a Doria no PSDB, acusa o prefeito de abandonar a cidade, dirigir licitações e não governar para os mais pobres.

— Prefeito nós não temos. Temos um candidato a presidente da República e é preciso que o prefeito assuma de uma vez por todas o que ele quer. Quer ser presidente ou prefeito? Se quer ser prefeito comece a ser. Pare de simplesmente fazer cena — diz Goldman.

O prefeito Doria não deixou barato: chamou o ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, de “improdutivo e fracassado” em vídeo publicado na manhã deste sábado em seu perfil no Facebook. — Viveu a vida inteira na sombra de Orestes Quércia, a vida inteira na sombra de José Serra. Você que é um improdutivo, um fracassado. E agora vive de pijamas em sua casa. Fique com a sua mediocridade — disse o prefeito.

As rusgas entre ambos não é coisa nova. A novidade é um tucano rebater publicamente dessa forma um “colega” de partido. Goldman representa a ala mais esquerdista do partido, e por isso mesmo conta pontos positivos ao prefeito de São Paulo rebatê-lo dessa forma, justo agora, em um momento no qual Doria assumiu não ser de direita (e já sabemos disso).

“Não me classifico de direita. Sou e sempre fui em minha trajetória uma pessoa de centro”, disse Doria. O prefeito defendeu, porém, a privatização de estatais, entre elas a Petrobras, mas de forma gradual. Coisa de tucano mesmo.

Outra questão levantada durante a coletiva foi sobre o discurso de Bolsonaro, na capital paraense, no qual o deputado defendeu a flexibilização do porte de arma e que proprietários rurais tenham direito de ter fuzis para enfrentar o MST. “Não defendo que todo brasileiro tenha arma de fogo. Esse não é o caminho para pacificar o Brasil. Quem desejar ter uma arma deve seguir a regra e a legislação”. Mas alguém disse que era para ter armas de forma ilegal? O ponto é justamente legalizar o direito básico de o cidadão se armar para se defender, inclusive de marginais do MST.

Essa briga interna, esses tucanos se digladiando, mostra apenas como o PSDB tem dificuldades de deixar de lado as intrigas pessoais para se unir em prol de um projeto maior. O caminho fica mais fácil para Bolsonaro cada vez em que os socialdemocratas brigam entre se e com os petistas, seus primos radicais. A esquerda vai mesmo acabar elegendo o capitão!

Rodrigo Constantino

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