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Um eventual calote grego afetaria os banqueiros ou o povo trabalhador?
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Não adianta: por mais que tentemos buscar motivações nobres na reação da esquerda, o que encontramos invariavelmente por trás de suas mensagens é o ódio aos mais ricos, fruto da pura inveja. Muitos estão celebrando a “coragem” dos gregos por um único motivo: querem ver esses “malditos banqueiros” se darem mal, sofrerem um calote. É o que move boa parte da esquerda: um sentimento destrutivo, do típico invejoso que prefere ver o vizinho quebrar a perna como se isso o fizesse correr mais rápido.

Mas vamos jogar nas regras dessa esquerda. Então a vitória do “não” seria positiva pois os “corajosos” gregos darão um calote nos “malditos banqueiros”? Nada mais falso. Em 2010, o grosso da dívida grega com os bancos foi paga, com o financiamento das entidades supranacionais como o FMI e o BCE. Ou seja, houve uma transferência de credores, e os bancos e seus clientes repassaram o abacaxi para os “contribuintes” europeus.

Vale notar que os liberais costumavam condenar esses “bail-outs”, esses programas de resgate que encontram aprovação paradoxalmente na esquerda. Após esses programas de salvamento, quase 80% da dívida grega é controlada hoje por entidades públicas, não bancos privados. Esse gráfico da BBC mostra bem a situação atual:

Em suma, um eventual e cada vez mais provável calote grego seria uma leve flatulência para os mercados privados, e quem realmente pagaria a conta seriam os “contribuintes” europeus, aqueles que indiretamente são obrigados a bancar o FMI e o BCE. O pobre trabalhador alemão, o operário francês e o pequeno padeiro português teriam que arcar com o fardo do calote, sem falar dos próprios gregos, claro. Os ricos banqueiros podem continuar com seus iates no Mediterrâneo, e ainda poderão visitar as ilhas gregas nas férias gastando muito menos em dracma.

Melhor a esquerda invejosa pensar duas vezes antes de torcer para um calote para gozar com a “desgraça” dos banqueiros. A única desgraça será a dos gregos e de alguns trabalhadores pobres da União Europeia…

Rodrigo Constantino

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