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Biden, o caçador de recompensas
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O segundo e último debate entre os candidatos democrata e republicano ocorreu nesta quinta, e foi bem melhor do que o anterior, totalmente caótico. Os microfones de Joe Biden e Donald Trump ficaram desligados enquanto o outro falava, impedindo as constantes interrupções, e isso acabou sendo positivo não só para o debate, mas também para Trump.

Afinal, a melhor tática contra um típico esquerdista sempre foi deixa-lo falar. E Biden é o rei das gafes. Trump conseguiu arrancar dele, por exemplo, a confissão de que pretende acabar com a indústria de petróleo. Boa sorte ao pedir votos na Pensilvânia ou outros estados importantes!

Quando cada um pode falar mais, fica clara a diferença de visão de mundo entre ambos. Biden, bem canastrão, culpa Trump pelas mortes na pandemia, o que é puro populismo, enquanto Trump aponta a China como origem do problema, o que é óbvio. Biden quer socialismo na saúde, Trump quer mercado. Biden fala manso com inimigos do mundo livre, Trump é duro na geopolítica. Biden quer fronteiras abertas, Trump quer imigração mais controlada. E por aí vai.

Trump teve sucesso em colar em Biden a imagem de establishment, ícone do deep state, da velha política, o que não é muito difícil, uma vez que o senador democrata está há meio século na política! Não obstante, é alguém rico, o que Trump soube explorar. Indícios de corrupção aumentaram com os novos relatos envolvendo seu filho Hunter.

E com o perdão do trocadilho, Hunter é um caçador de recompensas, que admitiu usar o nome do pai para se dar bem na vida. Até aí, feio, mas sem novidades. O problema é que há relatos agora de um ex-sócio alegando que Joe participava dos esquemas. Nesse caso o buraco é bem mais embaixo.

Saímos de um caso de uso indevido do sobrenome do pai e seu cargo político, que Joe dizia nada saber, para um suposto caso de participação ativa nos esquemas milionários envolvendo Ucrânia e China. Hunter trocou emails com representantes de empresas desses países, que pagavam centenas de milhares de dólares por ano a ele, e deixou rastros. E seu ex-sócio diz que Biden não só sabia de tudo, como era beneficiado também.

A mídia tinha que estar fazendo as perguntas incômodas, mas prefere abafar o caso. Virou partidária, torcedora e quer ver Trump longe da Casa Branca. Para tanto, está disposta a não mais fazer jornalismo, atacar o mensageiro e poupar o democrata. Mas o público fora da bolha midiática percebe, e esse escândalo deve desgastar Biden na véspera da eleição.

A corrida está muito apertada, sem dúvida, e não dá para dizer quem leva. Num dos melhores momentos do debate, Trump disse que resolveu entrar para a política por causa de Joe, ou seja, justamente para combater políticos da velha guarda como ele, entranhados no sistema, enriquecendo no processo enquanto alegam lutar pelos interesses do povo.

A escolha é clara para o americano: o capitalismo liberal ou o flerte crescente com o socialismo; o respeito ao legado americano ou o desprezo pelo passado da nação; o apreço pela vida humana ou a banalização do aborto; a defesa da lei e da ordem ou o endosso aos baderneiros do caos; o império das leis ou o ativismo na Suprema Corte; o indivíduo ou o establishment.

Saberemos a resposta em poucos dias. Trata-se de um resultado muito importante não só para o destino da América, mas para o mundo todo.

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