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Chance de alguém jovem e saudável morrer de covid-19 é 0,11% segundo o GLOBO – se contrair o vírus!
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Se você se informa pelo Globo é bem possível que esteja apavorado em casa, debaixo da cama, com cinco máscaras no rosto e dois litros de álcool em gel, comprados no mercado negro por uma fortuna, ao seu lado. O pânico vende bem.

Mas poucos se dedicam a destrinchar os dados que o próprio jornal publica. Resolvi fazer isso. Tudo notícia recente. Vamos começar pela quantidade de infectados, claramente subnotificada, pois a maioria fica assintomática e nem faz testes:

O número de casos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil supera 313 mil pessoas, segundo uma nova análise de modelagem numérica da Covid-19 — o último boletim do Ministério da Saúde fala em 23.430 casos confirmados. A estimativa foi apresentada nesta segunda-feira pelo portal Covid-19 Brasil, que reúne cientistas e estudantes da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Brasília (UnB), entre outros centros de pesquisa do país. Para a data de 11 de abril, a modelagem estimou haver 313.288 infectados, número mais de 15 vezes maior que o oficial naquela data, de 20.727.

Agora vamos ver a quantidade de mortos até agora:

As secretarias estaduais de Saúde divulgaram, até as 14h30 desta terça-feira (14), 24.232 casos confirmados do novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil, com 1.378 mortes pela Covid-19. O balanço mais recente do Ministério da Saúde, divulgado nesta segunda-feira (13), aponta 23.430 casos confirmados 1.328 mortes.

Ou seja, temos 1.378 mortes, para uma estimativa de até 313 mil pessoas infectadas! Se for isso mesmo, então estamos falando numa taxa de letalidade abaixo de 0,5% (de 0,44%, para ser mais preciso). Mas há um detalhe: como o próprio Globo relata, 75% dos óbitos ocorreram entre o "grupo de risco":

Segundo boletim do ministério publicado no sábado (11), 25% dos mortos estavam fora do grupo de risco, ou seja, não tinham mais de 60 anos (grupo que representa 75%) nem tinham fatores de risco (74% de quem morreu os tinham).

Entenderam? Aproximadamente três quartos das mortes se deram por pessoas idosas com outras comorbidades. Dos 25% "saudáveis", não sabemos quantos têm sobrepeso ou são obesos, o que configura grupo de risco também.

Mas vamos supor que todos sejam saudáveis de fato, gente que não possui outra doença pré-existente e é relativamente jovem. Sabe qual o risco de uma pessoa com esse perfil morrer de covid-19? Segundo o próprio Globo, é de 0,11%. Isso assumindo, claro, que a pessoa será infectada! O que, até aqui, seria uma chance de 0,15% (os 313 mil divididos por 210 milhões de brasileiros).

Toda morte é uma tragédia! Nenhuma deveria ser negligenciada. Mas não podemos aderir ao sensacionalismo: morreram, por dia, 3.507 pessoas no Brasil em 2019, por causas diversas. A questão que se coloca é: existe histeria em excesso? Há pânico demasiado? Os riscos justificam as medidas draconianas que parecem contratar uma depressão econômica?

São questões legítimas, que precisam ser debatidas seriamente, por adultos, com base nesses dados. Tenho certeza de que muitos de vocês imaginavam um risco de vida muitíssimo maior. Lendo as manchetes do Globo, seria compreensível. É preciso ir além delas.

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