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Como destruir um estado riquíssimo como a Califórnia
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Como pegar um dos estados mais ricos do planeta, repleto de empreendedores de tecnologia, de riqueza natural, da indústria do cinema, e transforma-lo num caos social? É preciso adotar por longo período a receita esquerdista: progressismo cultural, relativismo moral e estado de bem-estar social. Basta ver o que aconteceu na Califórnia.

Roberto Campos já apontava que “uma tragédia como a brasileira não é obra do acaso, mas sim de um esforço determinado de décadas”. O mesmo diagnóstico serve para o caso californiano.

A Gazeta do Povo publicou dois textos nesses dias com relatos sobre a decadência californiana, que abre um abismo cada vez maior entre elite rica e povo miserável. O historiador Victor Davis Hanson, da National Review, diz que o progressismo está mandando a Califórnia para a pré-história.

"Os californianos sabem que ter dezenas de milhares de desabrigados em suas principais cidades é insustentável. Em alguns lugares, as calçadas municipais tornaram-se esgotos a céu aberto de lixo, agulhas usadas, roedores e doenças infecciosas", diz. Não obstante, ninguém ousa questionar o modelo esquerdista vigente.

O estado tem uma das maiores cargas tributárias do país, os preços de combustível são bem mais altos do que a média, e falta energia, com frequentes apagões. A infraestrutura é cada vez mais abandonada, o trânsito é infernal, mas a moda nas rodas cosmopolitas é elogiar a energia limpa. As escolas públicas do estado estão entre as mais fracas do país, mas a elite é contra as charter schools ou os vouchers, enquanto coloca seus filhos em escolas particulares.

Milhões de pessoas já decidiram abandonar a Califórnia e buscar estados mais amigáveis aos negócios, com impostos menores e maior segurança, como o Texas. O Vale do Silício segue como uma força incrível de empreendedorismo, pois já criou todo um hub que não é facilmente replicável, mas quem pode se mandar, pensa seriamente nessa alternativa com mais frequência.

"Os californianos sabem que se aventurar em uma sala de emergência de um hospital municipal é descer ao inferno moderno de Dante. As instalações médicas estão superlotadas. A classe média em extinção precisa enfrentar preços exorbitantes para tratar uma criança ferida ou doente", escreve Hanson. A criminalidade está em alta também. Mas ninguém se atreve a criticar as leis frouxas de imigração ou de combate ao crime.

A Califórnia é agora um estado com um partido único. Os democratas têm supermaiorias em ambas as casas do Legislativo. Apenas sete das 53 cadeiras no Congresso do estado são ocupadas por republicanos. Os três políticos mais poderosos da Califórnia, entre eles a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, são todos multimilionários. Vivem blindados dos efeitos perversos de suas ideologias progressistas.

O segundo texto, de Lee Edwards no Daily Signal, vai na mesma linha. Ele descreve o choque que teve ao visitar a Califórnia após longo período ausente. "Fezes e seringas de drogas nas ruas: São Francisco nem parece mais parte dos EUA", conclui. E culpa o relativismo moral de filósofos como John Rawls por isso, o enfraquecimento das famílias, a perda dos valores conservadores.

Claro que um fenômeno desses é bastante complexo para ser reduzido a um único fator causal, mas o fato é que a California, estado riquíssimo, também conta com os mais assustadores bolsões de pobreza do país. Se um apartamento de quarto e sala em São Francisco não sai por menos de um milhão de dólares, há em Los Angeles a famosa "skid row", uma espécie de cracolândia bem no meio da cidade. E esse fosso, em boa parte, é resultado da vitória das ideias progressistas por lá, sem dúvida.

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