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Uma expressão gerou enorme polêmica nas redes sociais esta terça: "estupro culposo". Ela não fazia parte da decisão do juiz, e foi o site de esquerda The Intercept que a usou. O juiz decidiu pela absolvição por falta de provas de que não houve consentimento no ato sexual. Não pretendo entrar aqui nesse caso específico, mas sim falar em termos genéricos sobre a banalização do conceito de estupro. Sobre o caso em particular, essa thread já responde o básico.

Minha preocupação é com quem alega que mulheres bêbadas, em situações comprometedoras, foram estupradas depois. Mulheres que consentem, ainda que bêbadas, foram de fato estupradas? Se alguém ESCOLHE beber e ESCOLHE, bêbado, pegar um carro e dirigir, e mata alguém, é crime DOLOSO, certo? Então por que essa desculpa de que a mulher bêbada não é responsável?

No caso do motorista ela é o autor, no caso do "estupro" é vítima, podem dizer. Mas estou falando sobre VOLIÇÃO. Se for estupro mesmo, então houve REAÇÃO, foi À FORÇA, NA MARRA. Mas se ela "consentiu bêbada", então a analogia é válida, não?

Meu ponto essencial é cobrar RESPONSABILIDADE por nossos atos, e não BANALIZAR algo tão terrível como um estupro. Há enorme diferença entre uma mulher violentada sob a mira de uma arma e outra que bebeu demais no quarto de um cara e "se arrependeu" depois...

Já tratei com mais profundidade disso quando resenhei o livro de uma mulher que foi, de fato, estuprada, e que condena a histeria da "cultura do estupro".

Dito tudo isso, é ÓBVIO que um homem DECENTE jamais deveria se aproveitar da condição de uma mulher que ESCOLHEU ficar bêbada e relaxou os freios morais por conta disso ou demonstrou certa incapacidade de uso da faculdade racional DEPOIS da bebida. É indedente. Mas é estupro?

Quem responde na afirmativa, quem diz que "sim", que ela, bêbada, não sabia do que estava fazendo e portanto era inimputável, precisa, por coerência, dizer que não é crime se ela pegar num volante de um carro. Afinal, ela "não é responsável por seus atos após a bebida"...

Para quem AINDA não entendeu meu ponto central, estou tentando cobrar mais RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL de quem ESCOLHER tomar um porre. Já fazemos isso quando o assunto é direção automotiva. Que tal estender para os demais ATOS individuais?

E para quem está "chocado" com meus pontos, vale lembrar que há até um ditado bem popular, que já foi ironicamente utilizado numa decisão judicial (sério), que diz que certa parte íntimda da nossa anatomia NÃO TEM DONO se estivermos alcoolizados! Ou seja, se beber, não dirija... e não fique num quarto com alguém em quem não confia.

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