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Gabinete do amor
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Quando o Facebook suspendeu diversas contas relacionadas ao bolsonarismo esta semana, os críticos do governo aplaudiram, alegando se tratar da prova da existência do tal “gabinete do ódio”. O diabo, porém, está sempre nos detalhes.

A própria expressão “discurso de ódio” já é perigosa, pois eivada de ideologia. Na prática, trata-se de uma estratégia dos “progressistas” para calar a direita conservadora. Quem não reza a cartilha da ditadura do politicamente correto já estaria praticando “discurso de ódio”, segundo essa turma.

Não nego que páginas bolsonaristas destilam ódio eventualmente. Sei pois já fui alvo. Mas é muito arriscado criar narrativas com viés persecutório, voltado para um lado do espectro político apenas. Por esse mesmo critério, basicamente todos possuem assessores ou admiradores voluntários atuando nas redes sociais para atacar adversários políticos. Não é exclusividade de Bolsonaro.

A CPI das Fake News, um tanto circense, passou a mirar somente em Bolsonaro, e isso já retira toda sua credibilidade. A deputada Joice Hasselmann, uma das vozes mais influentes na CPI, teve áudios vazados em que mandava assessores criaram contas para disseminar conteúdo em sua defesa ou contra inimigos. Outro deputado importante para a CPI é Alexandre Frota. Acho que dispensa comentários.

Nos bastidores, o que se diz é que Carlos Afonso, mais conhecido por seu pseudônimo Luciano Ayan, municiava parlamentares com informações sobre o “gabinete do ódio” bolsonarista. Pois bem: nesta sexta, ele e outro sujeito próximo do MBL foram presos. Entre as acusações, como lavagem de dinheiro, está a de espalhar... Fake News! Isso e a apreensão de R$ 100 mil em espécie, além de cocaína e maconha.

Fica com toda pinta daquela máxima leninista, de acusar os adversários daquilo que faz. Fake News sequer é crime tipificado no código penal, mas isso não impediu os opositores do governo de aplaudir inquérito ilegal do STF, com direito a prisão de bolsonaristas e tudo. Presos políticos, mas o “liberal” nem liga se for para destruir seu oponente.

O que fica cada vez mais claro, cristalino mesmo, é que a turma do MBL e certos deputados do PSL que surfaram na onda do bolsonarismo resolveram trair seus princípios em prol de um projeto de poder. Nesse jogo sujo, vale tudo. Qualquer um que não aderisse ao mesmo grau de histeria, com obsessão de derrubar o presidente, era logo chamado de “gado”, robô ou membro do “gabinete do ódio”.

Vimos esta semana a coluna de Helio Schwartsman na Folha de SP desejando abertamente a morte de Bolsonaro. “Nada pessoal”, disse o “racional” jornalista. Os “humanistas liberais” ficaram em silêncio. Isso não deve ser gabinete do ódio. Como é contra Bolsonaro, só pode ser o gabinete do amor!

* Artigo originalmente publicado pelo ND+

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