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Bolsa Café
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No Brasil, o governo distribui bolsa para quase todo mundo. Em breve, será o caso de criar o MSB, ou Movimento Sem Bolsa, daqueles que não gozam de privilégio algum. Você faria parte?

No pôquer há um ditado: se você está na mesa há 30 minutos e ainda não descobriu quem é o “pato”, é porque você é o pato! O mesmo se aplica aqui: não faz parte de esquema algum? Bem-vindo ao time dos “otários” que pagam a conta.

Já temos Bolsa Família, Bolsa Empresário (BNDES), Bolsa Prisioneiro, Bolsa Índio, Bolsa Negro, Bolsa Invasores de Terra etc. A lista é longa. E agora, o governo Dilma estendeu os tentáculos para agraciar mais um grupo: os cafeicultores, criando a Bolsa Café:

O governo vai oferecer aos produtores a opção de vender até 3 milhões de sacas de café para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) por um preço 30% maior do que o praticado no mercado em uma operação que pode custar até R$ 1 bilhão.

O objetivo é dar sustentação aos preços da commodity, que sofreram forte queda no último ano devido ao excesso de produção.

O anúncio foi feito ontem pela presidente Dilma Rousseff, em Varginha, sul de Minas Gerais (uma das regiões produtoras de café mais importantes do país), após quase dois meses de pressão do setor produtivo sobre o Ministério da Agricultura e resistências da Fazenda.

“Sei perfeitamente a importância da cafeicultura para a economia do nosso país. E tenho recebido, através do ministro [da Agricultura] Antonio Andrade, os pleitos dos cafeicultores”, disse Dilma.

Assim funciona o capitalismo de estado: grupos se organizam e pleiteiam benefícios. Os privilégios são concentrados, os custos dispersos. Quem não chora, não mama. E todos preferem investir em lobby em Brasília do que em sua própria produtividade.

Antigamente, o governo queimava sacas de café para elevar seu preço. Hoje mudou o método, mas o efeito prático é o mesmo. O governo faz com que os outros paguem pelos prejuízos dos produtores, encarecendo o produto artificialmente e usando recursos públicos para isso. Lucros privados, prejuízos socializados: a máxima do capitalismo de estado.

Precisamos urgentemente de um capitalismo de livre mercado, onde os riscos são tomados pela iniciativa privada, e a recompensa ou erro ficam também com a iniciativa privada. O governo não tem nada que se meter tanto na economia para “proteger” setores. Ao fazer isso, ele está prejudicando todo o restante.

Capitalismo sem bancarrota é como Cristianismo sem inferno: não faz sentido. Que tal deixar o mercado funcionar de forma mais livre? Chega de tanta bolsa estatal.

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