Meu livro Esquerda Caviar chega hoje às livrarias de Portugal, para tentar combater a hipocrisia de nossos patrícios de esquerda. Segue, abaixo, uma breve apresentação escrita por meu amigo Bruno Garschagen, que está prestes a lançar livro pela editora Record também:
O caviar é constituído pelas ovas do esturjão. Até o século XVIII na Rússia, o peixe era comida de gente pobre porque muito barato. Nos Estados Unidos do século XIX, também custava pouco e fazia parte da alimentação dos mais humildes, mas a pesca intensiva colocou o esturjão em risco de extinção e o caviar, uma vez elevado à condição de fina iguaria, passou a valer tanto quanto o ouro. Hoje, o mais consumido (e caro) no mundo é o “caviar negro” extraído de três espécies de esturjão encontradas no Volga e no extremo oriente da Rússia, país que é um dos maiores produtores e que estatizou a pesca (e o caviar) logo após a revolução de 1917. Comunista também comia (e come) ovas do esturjão.
O caviar, portanto, tornou-se símbolo de luxo gastronômico. E como a história também se repete como paródia, calhou de as ovas do esturjão servirem para qualificar a contradição entre o discurso e a prática de pessoas que, do conforto de suas conquistas materiais, fazem o elogio da pobreza e defendem ideologias, como o socialismo e o comunismo, que combatem a prosperidade que as beneficia. Na Rússia comunista elas não teriam propriedade nem dinheiro para o caviar.
Este livro preciso do economista e escritor brasileiro Rodrigo Constantino é uma crítica vigorosa contra a esquerda caviar que, no Brasil e em várias partes do mundo, é uma espécie em vias de expansão, ao contrário do esturjão. Em Portugal não é diferente: a esquerda caviar também é farta e bem nutrida, com amplo espaço nos media tradicionais, na imprensa cor de rosa e na política formal.
Com a bem-vinda edição da Alêtheia Editores, e prefácio arguto do João Pereira Coutinho, os portugueses poderão conhecer os argumentos do Rodrigo Constantino a respeito das origens da esquerda caviar e de que maneira o excêntrico fenômeno se manifesta em várias dimensões da vida social na tentativa de conquistar o monopólio das virtudes – assim como os revolucionários russos monopolizaram o caviar.
Certamente este livro, que é bestseller no Brasil, servirá de guia para os leitores portugueses e irritará muitos daqueles que compõem a esquerda caviar de Portugal.
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