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Para Caetano Veloso, sou “anêmico”; para mim, ele é apenas confuso ou oportunista
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Em um artigo pra lá de confuso no GLOBO hoje, Caetano Veloso cita novamente Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho. Só que dessa vez resolveu “quase” incluir meu nome. Vejam:

Se chego até a pôr o nome de Azevedo neste espaço (quase ponho o do anêmico Constantino) é porque respeito o credo liberal (Mangabeira ama Mills). Também tenho olhado mais esses da direita (mas é pouco: dois posts do Azevedo que me mandaram por e-mail: não busco nada, já notaram?, tudo me cai nas mãos, como a maravilhosa camisa preta dos BBs). Moça, sou eu o maluco. E não se pense que o silêncio sobre Lobão é resguardo. Apenas não achei o livro nem tive tempo de volta a procurar. Sou velho e atarefado. Quando ler, falo. Se interessar. Mas deve: gosto de Lobão. Ele tem razão na canção de amor que escreveu para mim (me faz chorar). Li Zé Miguel a respeito. 

Anêmico? Bom, deixa isso pra lá. Vale notar apenas que a saúde vai bem por aqui. Já por lá… Caetano realmente parece muito confuso, na melhor das hipóteses. Tentar compreender seu artigo é tarefa hercúlea. Quem sabe Gilberto GIl poderia nos dar uma força?

Há um ponto positivo: o músico anda lendo o que vem da direita. Ah sim, ele faz questão de frisar que não corre atrás desses blogs. Tudo cai em suas mãos! Meio velho para fazer um tipo desses, não acham? Enfim: se Caetano está lendo a direita porque ela lhe cai nas mãos, pelo visto não está absorvendo nada.

Caso contrário, não endossaria um movimento anarcofascista como o Black Bloc, ainda que a camisa preta tenha apenas, novamente, caído em suas mãos. Saberia melhor o que isso representa. Saberia que não é viável abraçar a democracia liberal e, simultaneamente, um grupo desordeiro de vândalos que pretende destruir agências bancárias como símbolo para derrubar o “sistema”, ou seja, o capitalismo.

Mangabeira? O guru intelectual de Ciro Gomes? Caetano, se esse é seu ícone do “credo liberal”, então precisa se atualizar, ler os verdadeiros autores liberais. O próprio Mills tem um livro sobre a liberdade que, de fato, representa a visão liberal sob muitos aspectos. Mas vale notar que vários liberais consideram John Stuart Mills como alguém mais perto da social-democracia. Hayek tinha duras críticas ao autor iluminista.

Mas divago. Nem sei se vale a pena tentar abrir um diálogo, um debate, com o autor de “Leãozinho”. Primeiro que ele não lê esse blog; só quando por ventura chega em suas mãos por terceiros (eu confesso que fui eu mesmo quem leu diretamente sua coluna no GLOBO, ninguém me mandou). Segundo que, pelo teor do último artigo, a coisa está feia do lado de lá.

Não sei se o texto foi escrito sob o efeito de substâncias entorpecentes, ou em meio a uma viagem filosófica de causar inveja ao colega Gilberto Gil. Mas o fato é que não bate lé com cré, nada parece fazer sentido ali. É uma misturada, uma confusão do começo ao fim. Talvez para comprovar que o título, “O maluco sou eu”, não seja apenas uma ironia arrogante. Vai saber…

O mais lamentável de tudo isso é constatar que pessoas como Caetano Veloso, em climas tropicais abaixo da linha do Equador, podem se transformar, sob a ótica da imprensa e do grande público, em verdadeiros intelectuais. Bom, podia ser pior. Podia ser um Chico Buarque!

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