A história não se repete, mas rima. – Mark Twain
O blog lança, a partir de hoje, nova série, na linha da já bem-sucedida “Brasileiro é otário?”. Trata-se de “Túnel do tempo”, aproveitando que o jornal O GLOBO disponibilizou seu acervo em forma digital, somando-se ao da Folha e Veja.
Ficou mais fácil pesquisar as barbaridades ditas e feitas por autoridades que ainda gozam de muita credibilidade na imprensa, sabe-se lá o motivo. São pessoas que conseguiram defender praticamente tudo errado no passado, insistem nos mesmos erros, mas poucos apontam o dedo em sua direção com o histórico à mostra. Façamos isso, então!
E comecemos com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, poderoso economista que cuida de desembolsos na casa quase dos R$ 200 bilhões por ano. O BNDES sob Coutinho virou uma grande Bolsa Empresário, que vai selecionar os “campeões nacionais” de cima para baixo e criar impérios com empréstimos subsidiados – leia-se pagos do nosso bolso.
Mas nada disso é novo. Na verdade, Coutinho foi Secretário Executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia entre 1985 e 1988. Justamente na época da “Lei da Informática”, criada para garantir uma reserva de mercado aos fabricantes nacionais para impulsionar a industrialização doméstica.
O liberal Roberto Campos foi um duro crítico, e estava certo, claro. O nacional-desenvolvimentista Luciano Coutinho foi um empolgado entusiasta, e estava errado, claro. A lei atrasou nosso desenvolvimento econômico, prejudicou as empresas dependentes de tecnologia, e garantiu mamatas para poucos “amigos do rei”, sem falar da Cobra, empresa que teve de ser estatizada e sustentada pelos “contribuintes”.
Vejamos algumas matérias da época, em nosso túnel do tempo:
O que temos aí, nessa pequena amostra? Um nacionalista ocupando importante cargo no governo, e o utilizando para selecionar “campeões nacionais” com recursos públicos, para fazer nosso desenvolvimento decolar. Resultado concreto: atraso tecnológico e empresas falidas caindo no colo do estado. Déjà vu!
Alguém está surpreso ao saber que o BNDES, aos cuidados do mesmo Luciano Coutinho, só que agora no governo do PT, destinou bilhões subsidiados ao grupo EBX, de Eike Batista? Pois é…
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