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Um dia para falar de liberdade
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Nesta segunda ocorreu o VI Fórum Liberdade e Democracia em Belo Horizonte, organizado pelo IFL. Como de praxe, um sucesso, e um ambiente saudável em que pessoas normais podem se sentir menos solitárias por defender valores básicos da liberdade política, econômica e individual. Ao contrário da Academia, o debate ali flui com foco nas ideias e direito ao contraditório. O politicamente correto é deixado do lado de fora, como deve ser quando se busca verdades.

Já no almoço de abertura os convidados tiveram a honra de escutar Ives Gandra Martins, um dos maiores juristas e das mentes mais lúcidas desse país. Constitucionalista, Ives apresentou algumas alternativas para a crise política e econômica atual, todas elas levando à saída de Dilma. O que parece insustentável mesmo é sua permanência no poder por mais três anos. Ives também foi enfático ao condenar qualquer tentativa de aumento de impostos, já que há muito que cortar nos gastos públicos, ao contrário do que diz o governo.

A abertura oficial do evento contou com ótima fala da presidente do IFL, Debora Roichman, em que atacou duramente a presidente Dilma, a “mais detestada que o Brasil já teve”. Defendeu as liberdades individuais e de mercado, e conclamou todos a lutar por elas, já que estamos perdendo cada vez mais espaço para o intervencionismo estatal.

O empresário premiado foi Salim Mattar, da Localiza, talvez o maior merecedor de todos que já receberam tal homenagem. Salim é simplesmente um defensor incansável da liberdade, e fez um ótimo discurso em defesa do liberalismo, lembrando que está desde 1986 nessa batalha por menos estado e mais sociedade no Brasil. Se nosso país tivesse não mil, mas cinquenta outros empresários assim, estaríamos em situação bem diferente hoje!

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O painel de liberdades individuais contou com Leandro Narloch e Luiz Felipe Pondé, sob a moderação impecável de Joice Hasselmann, de TVeja. Narloch gostaria de ver uma abordagem mais leve dos liberais, sem antagonismos e lembrando que pode ser um mecanismo evolutivo a mania de muita gente se meter na vida dos outros e tentar controlar o que os demais fazem. Pondé frisou a prisão intelectual que são hoje as universidades, onde o livre debate não ocorre e o monopólio da esquerda é praticamente absoluto.

O painel sobre liberdade política contou com o ex-presidente do Uruguai, Luís Alberto Lacale, com a mediação de Paulo Uebel. Ronaldo Caiado estava confirmado, mas teve que cancelar por conta da agenda política. Fez falta. Lacale defendeu a democracia republicana contra os diferentes tipos de populismo, atacou o Mercosul, hoje um palco de demagogia bolivariana, e tentou resgatar a nobreza da política, lembrando que as pessoas decentes podem fazer a diferença.

No meu painel, sobre liberdade econômica, Paulo Rabello de Castro dividiu o palco comigo, com mediação novamente de Joice. O clima esquentou, a orelha dos petistas ardeu, falamos de impostos, deixando claro ser uma indecência pregar aumento da carga tributária num país como o nosso, em que o estado já arrecada quase 50% de tudo que é produzido, se feitos os ajustes necessários.

Com as Com as “feras” Leandro Narloch e Luiz Felipe Pondé

Eu comecei confessando que estou morando nos Estados Unidos porque virei mesmo agente da CIA, para afastar logo os rumores, e ainda abri para o público presente o codinome que uso em minhas operações golpistas na América Latina: “coxinha”. Mas como pedi sigilo total, por se tratar de algo ultra-secreto, estou seguro de que a informação está bem guardada e que jamais chegará ao conhecimento da esquerda caviar, que, afinal, não lê esse blog.

Com Joice Hasselmann, colega de Veja e jornalista com coragem de dizer o que pensa. Com Joice Hasselmann, colega de Veja e jornalista com coragem de dizer o que pensa.

Joice foi muito além de mediadora, e fez um show à parte quando atacou sem papas na língua o PT, a presidente Dilma e os blogueiros da mídia chapa-branca, movidos apenas por pixulecos. Lançou uma aposta no ar de que a “presidenta” não irá comer o peru de Natal no Palácio do Planalto, o que mexeu com as esperanças dos presentes. Impressiona como ninguém razoável aguenta mais o PT no poder. Se a imprensa tivesse mais dez jornalistas assim, com a coragem de Joice, seríamos outro país.

O prêmio Liberdade, que já tive a honra de receber, foi dado para Gloria Alvarez, a guatemalteca que tem feito um enorme barulho no mundo latino com seus discursos embasados e, ao mesmo tempo, tocantes e empolgantes. Ela tem grande presença de palco, fala bem, é bonita e sabe vender o liberalismo também pelas emoções. Ou seja, é o desespero da esquerda!

O evento todo foi ótimo, tinha muitos jovens interessados nos debates, querendo mais conhecimento. É esse o espírito que nós, liberais, precisamos atrair. Quem realmente busca conhecimento encontrará inevitavelmente o liberalismo, já que temos as sólidas teorias e vasta experiência histórica do nosso lado.

A esquerda, por seu lado, necessita da amnésia coletiva, da repetição de slogans em vez de leitura séria, de gurus e “messias salvadores” em vez de pensadores verdadeiros, de utopias em vez de realidade.

Com Gloria Alvarez, que tem feito excelente trabalho na defesa da República contra os populistas Com Gloria Alvarez, que tem feito excelente trabalho na defesa da República contra os populistas

É muito refrescante sair um pouco da triste condição brasileira, de pobreza intelectual e ausência de debates sérios, para mergulhar por algumas horas em um mundo diferente, onde, por exemplo, pregar a privatização da Petrobras não é algo visto como absurdo, e sim como uma obviedade ululante. Obrigado aos organizadores do IFL e até a próxima!

Rodrigo Constantino

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