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Milton, Lenin e a “arma” das Fake News
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“Dai-me liberdade para saber, para falar e para discutir livremente, de acordo com a consciência, acima de todas as liberdades”. - John Milton

Narrativa: a direita bolsonarista montou um gabinete do ódio, uma organização criminosa complexa com financiamento empresarial, que faz uso de robôs para disparar Fake News e destruir reputações, e graças a isso venceu as eleições, daí a importância de projetos de lei para combater tais crimes. Fato: a esquerda perdeu nas urnas, nas redes sociais, que furaram sua bolha, e sua hegemonia na mídia foi rompida, daí o desespero para tentar censurar e calar a direita na marra.

Eis o pano de fundo para entender tantos ataques - estes sim, coordenados - contra a liberdade de expressão nas redes sociais. Vai de OAB ao STF, de Felipe Neto a Luciano Huck, dos jornalistas da grande imprensa ao presidente da Câmara Rodrigo Maia. Todos unidos em prol de um só objetivo: censurar a direita conservadora. E com o passar do tempo, eles começam a dar bandeira:

A "respeitada" jornalista do Estadão está em péssima companhia com tal analogia. “Os jornais são armas. Eis porque é necessário proibir a circulação de jornais burgueses. É uma medida de legítima defesa!”, constatou o psicopata Trotski. Seu colega revolucionário, Lênin, foi na mesma linha: “Por que deveríamos aceitar a liberdade de expressão e de imprensa? Por que deveria um governo, que está fazendo o que acredita estar certo, permitir que o critiquem? Ele não aceitaria a oposição de armas letais. Mas idéias são muito mais fatais que armas”.

Troca imprensa por rede social e temos aí a natureza totalitária e censora da declaração. Já John Stuart Mill, em sua versão mais liberal, disse: “Se todos os homens menos um partilhassem a mesma opinião, e apenas uma única pessoa fosse de opinião contrária, a humanidade não teria mais legitimidade em silenciar esta única pessoa do que ela, se poder tivesse, em silenciar a humanidade.”

Em Areopagítica, seu discurso pela liberdade de imprensa ao Parlamento, John Milton iria apresentar argumentos liberais contra a censura prévia. Publicada em 1644, a obra-prima do poeta seria escrita no contexto de batalha parlamentar, já que o líder da Assembléia, Herbert Palmer, havia exigido que um livro de Milton em defesa do direito de divórcio fosse queimado. Para Milton, a censura sempre esteve associada à tirania.

Milton defendia que cada um pudesse julgar por conta própria o que é bom ou ruim. “Todo homem maduro pode e deve exercer seu próprio critério”, ele escreveu. Ele diz ainda: “O conhecimento não pode corromper, nem, por conseguinte, os livros, se a vontade e a consciência não se corromperem”. Para ele, todas as opiniões são de grande serviço e ajuda na obtenção da verdade. Os homens não devem, portanto, ser tratados como idiotas que necessitam da tutela de alguém.

Desconfiar das pessoas comuns, censurando sua leitura, “corresponde a passar-lhes um atestado de ignomínia”, considerando que elas seriam tão debilitadas que “não seriam capazes de engolir o que quer que fosse a não ser pelo tubo de um censor”. Para Milton, ao contrário, cada um tem a razão, e isso significa a liberdade de escolher. O desejo de aprender necessita da discussão, da troca de opiniões. A censura, então, “obstrui e retarda a importação da nossa mais rica mercadoria, a verdade”.

Nossos jornalistas parecem não desejar a verdade, pois eles já têm a sua narrativa. E ela é ideológica, partidária, e muda ao sabor do vento - ou de quem é o governante. Vejam, por exemplo, o caso dessa outra colega do Estadão, como sua opinião acerca de Felipe Neto mudou em pouco tempo:

É um espanto! Enquanto isso, o Roda Viva da TV Cultura já entrevistou recentemente Felipe Neto, Átila Iamarino e Emicida, e ontem recebeu o presidente da Câmara Rodrigo Maia, camarada do youtuber. Segue, portanto, mantendo o mesmo (baixo) nível. Parabéns pela coerência! Tem método...

Paulo Polzonoff escreveu um texto hilário que revela o absurdo da situação e a hipocrisia dos que fazem silêncio ou aplaudem a censura só porque o alvo é bolsonarista. A coisa está completamente escancarada, e basta imaginar o contrário para perceber. Leandro Ruschel resumiu bem:

A esquerda perdeu o monopólio da narrativa, e não está sabendo lidar bem com isso. Sofre derrotas acachapantes nas urnas e em qualquer grande debate. Apanha com argumentos nas redes sociais, e por falta de inteligência, não consegue fazer memes engraçados. A hipocrisia foi exposta em praça pública. O desespero é grande, e alimenta o desejo autoritário de censura. Tentam avançar, e precisam ser barrados. Pela liberdade de expressão, essa "arma" terrível segundo nossos queridos esquerdistas.

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