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Mudança no MEC
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O Ministério da Educação está sob novo comando. Carlos Alberto Decotelli foi nomeado esta semana pelo presidente Bolsonaro. O novo ministro fala em diálogo e gestão técnica, e ambos são desejáveis. Seu currículo é extenso: oficial da reserva da Marinha, professor na FGV, e ex-presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), além de passagem pelo setor financeiro e credenciais acadêmicas impecáveis.

Trata-se do primeiro ministro negro do governo, algo que seria comemorado pelos movimentos raciais, não fossem eles mais focados na ideologia do que na “raça”. Para alguém acusado de racista por muitos, Bolsonaro até que se sai bem: tem em seu círculo próximo de confiança o deputado Hélio Lopes, e colocou Sérgio Camargo na Fundação Palmares. Mas a narrativa precisa falar mais alto do que os fatos para seus adversários.

Decotelli disse que "nem tem preparo para fazer discussões ideológicas". "Vou conversar, dialogar. Minha visão é transformar o ambiente da política educacional em ambiente de sala de aula, e na sala de aula conversamos. A minha função é técnica", afirmou. Tudo muito bem, desde que não negligencie totalmente o aspecto ideológico.

É curioso que tantos falem da “ala ideológica” do governo em tom de desprezo, ao mesmo tempo que ignoram o fator ideológico como um dos grandes problemas no ensino público, dominado de forma quase hegemônica pela esquerda há décadas.

O patrono é merecidamente o comunista Paulo Freire, e os resultados estão aí, com o Brasil na rabeira dos rankings internacionais. Reitores assumem vestindo literalmente o boné do MST, as salas de aula exalam marxismo, mas vamos fingir que ideologia não é um problema, que não temos um aparelhamento por militantes disfarçados de professores e reitores?

Uma pesquisa já mostrou que algo como 80% dos professores admitem “engajamento político” em sala de aula, e consideram que sua missão não é “apenas” transmitir conhecimento objetivo das matérias, mas sim “formar cidadãos”. Impossível ignorar, portanto, esse aspecto ideológico.

No mais, para levar nosso ensino na direção almejada pelo presidente, mirando nos bons exemplos asiáticos, temos que investir em meritocracia, cobrança, disciplina, qualidades que já esbarram na mentalidade esquerdista vigente no MEC, que aposta na vitimização dos alunos e opressão do “sistema”.

Não gostar da política do atual governo para o ensino público não é o mesmo que o governo não ter um plano. Tem, e passa justamente por expurgar a doutrinação ideológica presente no MEC. Mas tem muita gente que não gosta exatamente disso!

Desejo sucesso ao novo ministro, mas espero que ele não abandone esse trabalho que vinha sendo feito pelo antecessor.

* Artigo originalmente publicado pelo ND+

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