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O que faz Marx num estudo da USP sobre agrotóxicos?
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Já comentei aqui sobre a iniciativa do grupo Árvore do Futuro, que leva ao Brasil o conceito de "ecomodernismo", uma união saudável entre capitalismo e preservação do meio ambiente. O debate é fundamental, pois sabemos que a causa ambiental foi dominada por uma esquerda xiita, com mentalidade anticapitalista, que usa o meio ambiente apenas como pretexto para avançar sobre o livre mercado e delegar ao estado o controle absoluto da economia (e, por tabela, das nossas vidas).

Pois bem: Leandro Narloch, que está por trás dessa iniciativa, publicou um texto em que denuncia um estudo da USP sobre agrotóxicos, que mete marxismo no meio de tudo, sem pé nem cabeça, pura ideologia. Segue para conhecimento e reflexão do leitor:

Nos últimos meses, a geógrafa da USP Larissa Bombardi deu entrevistas ao Jornal Nacional, BBC, Record, Estadão, Jornal da Unicamp, UOL, SBT, entre outros. Autora de “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia”, a geógrafa é ouvida sempre que jornalistas precisam de fontes sobre a toxicologia dos pesticidas.

Basta ler o livro, porém, para perceber que a especialidade da geógrafa da USP não é toxicologia ou saúde humana, mas a ideologia. Entre gráficos e estatísticas que dão ao estudo uma aparência técnica, há citações de Karl Marx, Rosa de Luxemburgo e Leonardo Boff. Eduardo Galeano aparece três vezes em citações de palestras e trechos de “As Veias Abertas da América Latina”.

Em vez de dados sobre a inconsistência da vigilância ou dos limites máximos de químicos utilizados por aqui, há teses que não soariam estranhas na boca de Fidel Castro ou Nicolás Maduro.

Bombardi acredita que o arquétipo da agricultura é tradicionalmente feminino. “Entretanto, na perspectiva atual da mundialização da agricultura, de avanço de culturas capitalistas, a Terra, com T maiúsculo, que tem este princípio feminino de portar a vida, de dar à luz, está sendo arquetipicamente masculinizada", diz ela, "na medida em que o alimento, neste mecanismo de reprodução ampliada do capital, está sendo transformado diretamente em commodities”.

Marx aparece durante a crítica à transformação do alimento em mercadoria. “Quando há degenerescência do alimento (o princípio feminino por excelência) em mercadoria destituída de sentido, estamos num processo de esterilização da terra em seu sentido latto.”

Depois de milhões de mortos de fome em fazendas coletivas da África e da China, depois da Revolução Verde ter salvado mais de 1 bilhão de pessoas da fome no último século, ainda há gente que defenda visões socialistas para a produção de alimentos. É tudo o que os pobres e o meio ambiente não precisam.

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