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O velho culto ao Estado e o fenecimento do empreendedor e da lógica da destruição criativa
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Por Alex Pipkin, publicado pelo Instituto Liberal

Infelizmente, o Brasil não perde a oportunidade de perder mais uma oportunidade de enveredar para a genuína rota da prosperidade econômica e social para todos os brasileiros; seremos eternamente o “país do futuro”!?

A nação verde-amarela resiste em mergulhar nas profundezas do mar das liberdades individuais e econômicas. As elites teimam em – e conseguem – ludibriar o povo, aludindo à preocupação com o bem maior, o bem-estar coletivo, socializando o pão e o circo para a população, enquanto castas minoritárias seguem se deleitando com os prazeres e os luxos do sistema econômico de mercado. Parte do povaréu quer mesmo mais Estado e menos indivíduo, aquele livre das amarras estatais de burocratas preocupados com seus próprios umbigos.

O discurso inflamado das instituições – extrativistas – por “democracia e Estado de Direito”, sempre é o disfarce perfeito para a manutenção da real plutocracia tupiniquim. Esse país insiste em ser o paraíso para as oligarquias políticas e empresariais, dos privilégios para as castas estatais alinhadas ao generoso Estado do compadrio para “empresários” amigos do poder. Aos amigos do rei as benesses da lei, aos “inimigos” os rigores da lei.

Sob um plano de fundo mais amplo, a crise da Covid-19 nada mais é do que a exposição bizarra dessa tela grotescamente pintada e que continua sendo apreciada por uma massa de iletrados, desacostumados à arte e culturalmente debilitados para apreciar a beleza artística, além evidentemente, dos “artistas” interessados em persistir enganando e vendendo falaciosa obra, o popular gato por lebre.

Nascemos colônia, fato que poderia ser superado; entretanto, o modelo mental e os sentimentos de dependência não se divorciaram da cabeça e dos corações nacionais. Claro que parte disso tem explicação na (falta de) educação, transparentemente de baixa qualidade e enviesada.

Na verdade, faz mais de 30 anos que nossa juventude vem sendo submetida à ditadura do pensamento esquerdizante, coletivista, privilegiando quase que monopolisticamente a supremacia do Estado e de seus “especialistas” em detrimento do supremo valor do indivíduo.

O maior de todos, Adam Smith, sempre afirmava que a realização do interesse próprio, dentro dos limites da lei e da moralidade, é aquilo que realmente conta para o bem-estar de toda a comunidade. A crise viral tem sido exemplar no sentido de mostrar as estranhas de nossa escassez de liberdades individual e econômica. Apesar da justificação da preocupação com o “100% vidas”, o país, como de costume, preferiu adotar e acreditar que o controle estatal – nesse caso descentralizado pelos Estados – seria capaz de administrar melhor a Covid-19 do que deixá-la a cargo dos indivíduos conhecedores de suas próprias circunstâncias e respectivas necessidades e objetivos pessoais.

Por meio do isomorfismo estatal, mimetizando estratégias de países que implementaram o isolamento social drástico e o fechamento econômico, e auxiliados pela midiática heurística da disponibilidade, geradora de pânico e alarmismo, governadores e prefeitos suportados pelo cientificismo “sem ciência” daquilo que “todos os países fizeram” (inverdade, basta ver Suécia, Hong Kong, Coréia do Sul…), caparam nossos direitos inegociáveis à vida, à liberdade e à procura individual pela felicidade.

Por meio de medidas estatais autoritárias, absurdas e desproporcionais, restringiram-nos inclusive de podermos trabalhar para garantir a nossa própria sobrevivência. Inequivocamente, pelos resultados pragmáticos, constata-se que a preocupação de fato desses aspirantes a ditadores era mesmo controlar nossas vidas, muito mais do que a retórica (não-científica) do “salvar vidas”.

O desprezo desses governantes por aqueles que empreendem e geram empregos e riqueza é asqueroso e gritante. Os atos supostamente heroicos de burocratas estatais trouxeram consequências não intencionais aos indivíduos e às empresas, que nos estão impondo uma real carnificina de vidas econômicas humanas, com danosas repercussões no longo prazo.

A impossibilidade de empreendedores operarem dentro dos limites estabelecidos pelos protocolos de saúde, com a esdrúxula definição de setores “essenciais” versus não essenciais, simboliza a falta de visão – e/ou os interesses políticos – da supremacia fundamental do indivíduo, das empresas e de seus respectivos relacionamentos voluntários e colaborativos nos mercados, frente ao nefasto protagonismo centralizador e coercitivo do Estado verde-amarelo, com sua suposta “inteligência e moral superiores”.

O ranço socializante da dependência do Estado, salvador de vidas humanas, vai cobrar um preço alto logo ali na frente. São os empreendedores que arriscam e se responsabilizam por seus sucessos e eventuais fracassos que geram os empregos para milhões de pessoas que precisam trabalhar para manterem-se em pé, física, econômica e emocionalmente. Apesar de estarmos na era da supervalorização da autoestima a qualquer custo, esses mesmos apologistas do coletivismo, pragmaticamente, ceifam a esperança e a capacidade das pessoas andarem e pensarem em crescer por conta do seu próprio livre-arbítrio, esforço e iniciativas efetivas, segundo seus planos de vida individuais.

Esse Estado castrador de nossas liberdades individuais nunca deixou que a “mágica” lógica da destruição criativa pudesse ajudar a resolver os problemas individuais e do conjunto das pessoas por meio dos próprios esforços e circunstâncias individuais dos brasileiros. Por aqui, sempre o abstrato Estado, por meio de seus supostos homens moralmente superiores e mais capazes, interfere na economia e em nossos direitos inalienáveis, com suas intervenções inteligentes, produzindo efeitos colaterais danosos para a saúde física, mental, econômica e social de todos os brasileiros.

Neste país, nunca pudemos praticar a efetiva liberdade econômica, em que os próprios indivíduos são incentivados a empreender e as empresas continuamente descobrem, pelo processo de destruição criativa, novas oportunidades para melhor resolver os problemas econômicos e sociais das pessoas e da comunidade.

Evidente que é extremamente difícil que possamos nos desenvolver com esse estado de coisas… A destruição criativa exige a substituição de ativos antes produtivos e postos de trabalho a eles associados por novas tecnologias e novos tipos de empregos. As castas políticas e empresariais resistem e impedem com todas as unhas e dentes que tal transformação aconteça genuinamente. Não querem inovações que possam mexer com os “seus queijos”!

Não há como progredir econômica e socialmente sem sua principal explicação, ou seja, o incessante processo de destruição criativa. A única coisa que não morre mesmo quando decisões trazem as piores consequências para a sociedade brasileira é a garantia do poder e dos privilégios das castas estatais.

Pois é… além de não reduzirem as mortes pela Covid-19, factualmente mataram a economia nacional, pelo menos por um longo período de tempo, ceifaram vidas econômicas e sonhos de empreendedores e empresas de todos os portes, destroçando o tecido empresarial e a vida de empreendedores, descobridores de inovações “salvadoras” e criadores de empregos. Esse é o legado da quase sempre odiosa intervenção estatal na economia e na vida dos indivíduos.
Na situação de crise viral, não foi diferente: a intervenção de burocratas estatais objetivamente não trouxe as melhores consequências para o todo social e econômico brasileiro. Como ocorre em processos econômicos livres, empresas acabam sendo suplantadas por novos descobridores de melhores soluções e inovações úteis; similarmente, na crise viral era crucial proteger e ajudar aos grupos de riscos do vírus – idosos e portadores de outras comorbidades -, além de auxiliar a população mais carente com recursos financeiros para a garantia da manutenção de suas vidas.

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