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French economist and academic Thomas Piketty, poses in his book-lined office at the French School for Advanced Studies in the Social Sciences (EHESS), in Paris May 12, 2014. The 43-year-old Piketty’s book “Capital in the Twenty-First Century” has attracted praise and invective alike on its way to the top of the Amazon.com books best-seller list. Picture taken May 12, 2014.  REUTERS/Charles Platiau (FRANCE – Tags: POLITICS SOCIETY BUSINESS EDUCATION) – RTR3OZ0F
French economist and academic Thomas Piketty, poses in his book-lined office at the French School for Advanced Studies in the Social Sciences (EHESS), in Paris May 12, 2014. The 43-year-old Piketty’s book “Capital in the Twenty-First Century” has attracted praise and invective alike on its way to the top of the Amazon.com books best-seller list. Picture taken May 12, 2014. REUTERS/Charles Platiau (FRANCE – Tags: POLITICS SOCIETY BUSINESS EDUCATION) – RTR3OZ0F| Foto: REUTERS

"A inveja é a paixão que vê com maligno desgosto a superioridade dos que realmente têm direito a toda a superioridade que possuem." (Adam Smith)

O economista francês Thomas Piketty virou celebridade mundial após vender mais de 2,5 milhões de exemplares de “O capital no século 21” há sete anos. O tijolo tinha muitas estatísticas, várias questionáveis, e poucos leram de fato a obra. Mas nem precisavam: bastava usa-la como selo de autenticidade para sua paixão humana, demasiado humana.

Por baixo da aura de ciência, havia um apelo à mais mesquinha das nossas paixões: a inveja. Depois de toda verborragia e arrazoado, restava a mensagem que ecoa nos corações mais medíocres: é preciso tirar dos ricos para dar aos pobres! Trata-se da receita demagógica que sobrevive aos séculos de refutação teórica e empírica.

Pois bem: o neomarxista está de volta ao Brasil para lançar seu novo livro, “Capital e Ideologia” (impressionante como ele gosta de usar o mesmo termo de Marx em seus títulos). E, para surpresa de ninguém, uma vez mais ele bate na mesma tecla, procura traçar uma história econômica, social, intelectual e política das desigualdades em âmbito mundial.

Para Piketty, falta de ambição nas reformas econômicas e na redução da desigualdade é o que alimenta a xenofobia e os nacionalismos. Ele diz que, se pudesse, diria a Bolsonaro que ainda pode admitir erros e mudar. Ou seja, Bolsonaro deveria abandonar a agenda liberal de Paulo Guedes e se tornar um... tucano com viés socialista, focado no “combate às desigualdades”.

O caminho é o mesmo de sempre: taxar os “mais ricos”. Ideologia tem o resto; ele fala em nome da “ciência”, claro. Não importa que a ciência econômica, alicerçada pela boa teoria, tenha mostrado que o aumento de impostos sobre os ricos acaba sempre tirando incentivos para a criação de riqueza e empregos, e prejudicando os mais pobres e a classe média. Quem liga para fatos quando o intuito é sinalizar virtudes e bancar o Robin Hood com o chapéu alheio?

A teoria de exploração do capital, desenvolvida por Marx para explicar a pobreza como fruto da exploração pelos ricos, é um bode expiatório perfeito para quem deseja jogar a culpa de seus fracassos nos outros. Segundo o austríaco Böhm-Bawerk, que refutou as bobagens marxistas, “as massas não buscam a reflexão crítica: simplesmente, seguem suas próprias emoções”. Acreditam na teoria marxista porque a teoria lhes agrada. O economista conclui: “Acreditariam nela mesmo que sua fundamentação fosse ainda pior do que é”.

Para quem só tem um martelo, tudo se parece com prego. A esquerda em geral e Piketty em particular só falam em mais imposto para os "ricos". O resto, como a pandemia, é só pretexto para destilar sua ideologia da inveja...

Artigo originalmente publicado pelo ND+

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