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Com a mudança de protocolo, os pacientes do SUS poderão escolher, junto aos médicos, se desejam ou não tomar a hidroxicloroquina em estágio inicial dos sintomas. Aquilo que, como sabemos, tem sido corriqueiro nos hospitais particulares, e que os próprios médicos na linha de frente da batalha têm feito, agora será uma possibilidade para os mais pobres.

Um grau maior de liberdade de escolha, que deveria ser celebrado. Infelizmente, a cloroquina deixou de ser um simples medicamento, que tem uso há várias décadas e inclusive profilático para quem vai para região com malária, e se tornou um objeto de disputa política. Tudo porque Bolsonaro e Trump a defendem.

É visível que surgiu a turma do contra, que torce para que a cloroquina fracasse em testes mais robustos, que criticam qualquer flexibilização do seu uso. Tem militante disfarçado de jornalista que parece cheerleader do coronavírus, só para esfregar na cara do presidente que odeia que sua panaceia falhou. É patológico!

Apontam que faltam estudos mais profundos e que há riscos no uso da cloroquina. Quero que o leitor atente para tais riscos: broncoespasmo em indivíduos sensíveis; anafilaxia, reações de hipersensibilidade cutânea, incluindo erupções na pele, angioedema, síndrome de Stevens Johnson e necrólise epidermal tóxica; disfunção hepática; trombocitopenia. Não se trata da cloroquina, mas da bula do Parecetamol, vulgo Tylenol. Remédio que compramos no caixa da farmácia e tomamos quando sentimos uma pontada de dor de cabeça. Quem lê bula não toma nada!

Jair Bolsonaro publicou nas redes uma reportagem do Jornal Nacional sobre a cloroquina. O ano era 2016, ele não era o presidente. O problema era a zika, não o coronavírus. A cloroquina surgiu como potencial remédio, e a TV Globo constatou, à época, que até mulheres grávidas podiam tomar sem grandes riscos! Vejam:

O deputado Paulo Eduardo Martins também criticou o tom sombrio da emissora hoje, destacando os riscos de forma exagerada, e ignorando que milhões e milhões já fizeram uso do medicamento sem qualquer problema, sendo que a cegueira é resultado raríssimo somente em uso sistemático ao longo dos anos:

Está praticamente impossível compreender a reação de muitos ao assunto somente com base em argumentos técnicos. Querem mais provas da eficácia? Mas estamos em meio a uma pandemia, com todos os protocolos sendo relaxados ou abandonados! A austeridade fiscal deu lugar aos gastos de centenas de bilhões para aliviar empresas e indivíduos; governadores têm autorizado policiais a prender comerciantes ou banhistas; vinte mil brasileiros já morreram; e vamos ser preciosos ao limite para aguardar maiores comprovações de um medicamento de baixo risco?! Qual a lógica disso?

Somente a disputa política explica a postura de alguns, em minha opinião. E, de fato, quando vemos as principais vozes detonando a cloroquina, ou acusando cidadãos decentes de "traficantes" só por levantarem com otimismo os efeitos do remédio, fica claro que estamos diante de uma militância abutre que quer só desgastar o presidente, ainda que ao custo de vidas inocentes. Comentei sobre isso no 3em1 nesta quarta e no Jornal da Manhã hoje:

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