O governador de SP, João Doria, publicou nesta terça-feira em suas redes sociais a seguinte mensagem: "Hoje, 15 de setembro, celebramos o Dia da Democracia. A data inspira reflexão para a defesa do Estado de Direito, da soberania da vontade popular e da liberdade de imprensa. O Brasil não suporta flertes com o autoritarismo. Viva a liberdade! Viva a democracia!"
De fato, precisamos sempre refletir sobre a importância do Estado de Direito, da soberania popular e da liberdade de imprensa. Não podemos flertar com o autoritarismo. Seria bom o governador refletir, porém, sobre suas tantas medidas arbitrárias durante a pandemia que sacrificaram liberdades básicas do povo.
Entende-se a dificuldade de governantes tomarem decisões em meio a um clima de histeria, mas não é saudável impor tantas regras abusivas, ainda mais em nome da "ciência". Vimos cenas chocantes no Brasil, comerciantes algemados por tentarem trabalhar para sobreviver, transeuntes arrastados de praças públicas, banhistas presos!
E seria prudente se o governador levasse em conta que tais valores por ele defendidos estão completamente ausentes na China, país cujo regime comunista ditatorial tem sido cada vez mais parceiro do seu governo estadual, inclusive na produção da vacina para o Covid-19. Países sem transparência, sem liberdade de imprensa, são mais opacos e gozam de pouca credibilidade. Ou alguém imagina que na China haveria o mesmo cuidado com os testes que vimos nos laboratórios de Oxford?
Se o governador quis dar a entender que flertamos com o autoritarismo com o governo Bolsonaro, como tantos tucanos têm feito, aí é pior ainda. O governo federal tem respeitado as regras do jogo, o presidente talvez seja o cidadão mais difamado nas redes sociais e na imprensa, e nem por isso tentou usar o aparato estatal para perseguir jornalistas ou indivíduos.
O mesmo não pode ser dito do STF, que não recebe duras críticas dessa turma tucana. Esse papo de "flerte com o autoritarismo" virou uma narrativa vazia, de um pessoal que enxerga ameaça "fascista" em cada esquina, enquanto alivia a barra dos verdadeiros inimigos da nossa democracia: os socialistas, também conhecidos como "fascistas vermelhos".
Doria andou aliviando até a barra do Lula recentemente, e quer convencer alguém de que tem esse apreço todo pela democracia enquanto ataca Bolsonaro? Sinto muito, mas não vai colar...
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