• Carregando...
Quem vai “arrebentar os dentes” de Maduro?
| Foto:

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que conhece "os planos imperialistas" da Colômbia e do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e que o seu país está pronto para revidar uma potencial agressão militar dos dois vizinhos.

"Aumentamos a capacidade de defesa do país, sei o que digo, conheço os planos imperiais, conheço detalhadamente os planos da oligarquia colombiana e [do presidente brasileiro] Jair Bolsonaro", disse Maduro em seu discurso anual à Assembleia Nacional Constituinte, o parlamento controlado pelo chavismo, nesta terça-feira (14).

Se [Colômbia e Brasil] se atreverem [a uma agressão militar], vamos arrebentar seus dentes, para que aprendam a respeitar a Força Armada Nacional Bolivariana e o povo de Bolívar", acrescentou.

O linguajar de Maduro é típico dos marginais. Ditadores sempre precisaram de inimigos externos para justificar a opressão doméstica. O "imperialismo estadunidense" sempre se prestou a esse papel para os bufões demagogos da América Latina, que tem um antiamericanismo infantiloide e patológico alimentado pela classe "intelectual". Maduro é apenas mais um a explorar essa estupidez.

A democracia venezuelana foi destruída desde dentro, num processo que começou com Hugo Chávez e seu "socialismo do século 21", na época muito elogiado pelos papagaios vermelhos de nossa imprensa. O avanço ditatorial contou com o apoio não só dos nossos (de)formadores de opinião, como do governo petista, cúmplice dos golpistas.

A situação no país é de caos completo, mas não há saída fácil, pois Maduro não sairá voluntariamente do poder jamais. A "diplomacia do diálogo" é uma proposta infantil, romântica, na melhor das hipóteses, ou uma cumplicidade velada na mais provável delas. Ninguém minimamente sério pode acreditar que há possibilidade de diálogo com o ditador.

A pressão exercida pelo governo Trump, com apoio do governo Bolsonaro, torna-se, portanto, a única esperança para o povo venezuelano. Mas como é pouquíssimo provável que ambos decidam por uma ação militar no país, o destino dos venezuelanos segue sombrio.

Por isso Maduro pode apelar para essa retórica de bar e "ameaçar" os presidentes dessa forma. Ele sabe que ninguém vai, no momento, arrebentar os seus dentes, pois isso não é do interesse dos países, dado o custo e o risco envolvidos. Comentei sobre o caso no Jornal da Manhã de hoje:

Maduro bem que merecia ter a cara toda arrebentada, por tudo que fez ao povo venezuelano. Infelizmente, porém, ele deve continuar no poder, usando seus milicianos para intimidar, prender, bater e até matar os manifestantes que exigem a volta da democracia. Pobres venezuelanos! Uma tragédia previsível, que contou com muitos cúmplices no processo, por ignorância ou canalhice. É o fim inexorável de toda experiência socialista...

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]