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Roberto Jefferson e o covidão: não adianta atirar no mensageiro
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O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou, nesta segunda-feira (20), que desvios de recursos federais destinados ao combate ao novo coronavírus serão investigados. "Determinei à Polícia Federal a abertura de investigações para apurar de forma implacável qualquer desvio de verba federal destinada ao combate do novo coronavírus, em qualquer lugar que isso ocorra. Trabalharemos juntos com a CGU", disse o ministro, no Twitter.

Medida louvável. Seria uma espécie de "corona-jato", e todo cuidado é pouco mesmo. Afinal, estamos falando de dezenas, centenas de bilhões destinados para estados e municípios com o foco único de ajudar no combate ao coronavírus. Mas conhecemos bem o funcionamento do estado em suas diferentes esferas. O dinheiro é da viúva, e se faltar escrutínio e transparência, já viu: some tudo no ralo da corrupção!

No Rio já tivemos o sub-secretário de Saúde afastado por suspeita de compras indevidas sem licitação. A farra está garantida quando se tem o pretexto da urgência, da emergência. Os parlamentares sepultaram o Plano Mansueto de ajuda aos estados e municípios e o substituíram pelo "Mãe Sueto", um sinal verde para gastar como se não houvesse amanhã, sem qualquer contrapartida. Um perigo!

Foi nesse contexto que ressurgiu das cinzas um conhecido personagem nosso: Roberto Jefferson. Aquele que denunciou o mensalão petista afirma agora que estamos diante do possível covidão, um mega-esquema para desviar recursos em ano eleitoral. Jefferson pode ser oportunista e pouco confiável, mas já salvou a Pátria com a denúncia do mensalão uma vez. Virou o "malvado favorito" de muita gente na ocasião.

Não basta atirar no mensageiro, portanto. Até porque denúncias muitas vezes vêm de dentro das máfias, ou seja, a delação costuma se dar por gente com pouca credibilidade mesmo, cúmplice dos bandidos. Foi o caso no mensalão. Não parece ser o caso agora. Mas nem por isso devemos simplesmente ignorar o alerta do ex-deputado, que conhece como poucos os esquemas do Congresso. Eu e Augusto Nunes analisamos o caso no Jornal da Manhã hoje:

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