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Seremos todos petistas com o coronavírus?
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"Agora somos todos keynesianos", teria dito Milton Friedman certa vez. Ele fazia alusão ao fato de que, numa grande crise, todos olham para o estado como solução. Mas é preciso muita cautela aqui, até porque os oportunistas adoram confundir medidas emergenciais com mudanças de paradigma e políticas permanentes.

Tenho tentado trazer ao debate do coronavírus o "custo de oportunidade", os riscos econômicos de medidas drásticas, que acaba sendo custo humanitário. Infelizmente, em clima de histeria, poucos querem tais argumentos. O debate de adultos dá lugar ao populismo demagógico e míope.

Na linha “daquilo que não se vê”, dos efeitos colaterais indesejados, quantos podem cometer suicídio pela depressão? Quantos podem ter enfarte pelo estresse extra, ou câncer, lembrando que o estresse mata muito? São colocações importantes para um debate sério, de adulto. O que parece impossível no mundo moderno...

Comparem, por exemplo, as causas de mortes pelo mundo todo com a cobertura da imprensa:

A mídia dá muito mais destaque para coisas alarmantes, como o terrorismo, do que para mortes mais banais, como doenças respiratórias ou câncer. Mas essas são as principais causas de morte no mundo. Entendo que o maior problema com o vírus comunista chinês seja a alta taxa de disseminação e algo como 10-15% dos infectados pararem em hospitais. Não é linear e já esperado como nos casos comuns, e isso coloca em risco o sistema de saúde, que pode implodir.

Mas entender isso não é ignorar o outro lado, os riscos enormes de ações drásticas que paralisam quase por completo a atividade econômica global por meses. Num debate maduro haverá discussão sobre custo e benefício, sobre alternativas concretas, escolhas de Sofia. Lamento ver tantos "liberais" fugindo disso e apelando para a demagogia típica da esquerda, monopolizando os fins nobres como se só os histéricos que pregam confinamento total se importassem com os velhinhos.

O governo assinou MP que autoriza suspensão do contrato de trabalho por quatro meses. Foi um escarcéu! Os oportunistas acusaram Bolsonaro de insensibilidade, e o presidente rebateu:

Exato. Permitir a suspensão do contrato de trabalho é uma alternativa realista à demissão, medida bem mais provável diante do caos gerado pelo vírus e pela reação a ele. Mas o desemprego vai subir de qualquer jeito. E os pobres nas favelas não vão ficar na "varanda" cantando ópera, tampouco lendo literatura na banheira. Eis o problema...

Muitos reclamam que não é a boa a medida, pois o trabalhador ficará sem receber. Não é verdade, pois há compensações. Mas entendam de uma vez: não tem dinheiro! A alternativa é perder de vez o emprego! Suspender o contrato temporariamente visa justamente a proteger o empregado. Mas querem tudo: medidas drásticas e proibição de demissão? Aí complica, não é debate sério.

A cabeça típica de alguém preso numa bolha cognitiva é aplaudir as medidas drásticas que colocam os negócios todos de joelhos, alegando que não podemos pensar só em economia, e depois reclamar do desemprego crescente e do corte de salários, como se dinheiro caísse do céu...

Um corolário disso é o sujeito ir ao mercado e ficar indignado que falta tudo. Mas ele aplaudiu fechar estradas! Mas ele queria todos confinados em suas casas! E quem produz? E quem distribui? Como acham que o ovo chega na prateleira do supermercado? Por magia? Ele brota ali, por acaso?

Trump é um empresário, tem cadeia de hotelaria, entende os enormes custos econômicos e humanitários de um lockdown pleno e permanente. Ele sabe que tais medidas vão causar ainda mais danos nas vidas dos cidadãos do que o vírus. Para pegar o carrapato podemos matar a vaca. O equilíbrio precisa retornar ao debate...

Meu medo é que quanto mais gente ficar em casa sem fazer nada e recebendo do estado, mais gente vire petista. Essa é, afinal, a mentalidade típica do PT: coçar o saco e receber mesmo assim, com o trabalho alheio. Dinheiro não nasce em árvore, tampouco numa impressora mágica do governo...

Mas os oportunistas estão em polvorosa! Tudo que é esquerdista saiu da toca para atacar as políticas do governo e pregar, como alternativa, para além do confinamento total, a distribuição farta de recursos públicos, ou seja, o socialismo. E contam com o apoio dos "liberais", dos "radicais de centro". Fazem coro a gente do PSOL!

Os "radicais de centro" estão fazendo coro a essa turma do PSOL, mas quem perdeu o juízo fui eu, quem virou gado fui eu, quem é vendido sou eu, quem radicalizou fui eu. Sei... Joel Pinheiro e Pablo Ortelado e Vlad Safatle têm escrito a mesma coisa. Mas o radical reacionário sou eu; ele é o liberal... é para rir ou para chorar?

O que tem de oportunista usando a crise do vírus comunista chinês para atacar não só o governo Bolsonaro com toda a agenda reformista liberal não está no gibi. O mais triste é ver tantos "liberais" agindo como instrumento deles, como massa de manobra, como inocentes úteis. Somos todos petistas agora?!

PS: Eu vivi para ver "liberais" (i.e., "radicais de centro") me atacando, me chamando de "babaca", só por apontar para a corrupção petista que desviou rios de dinheiro da saúde. Não pode mais criticar o PT, só Bolsonaro! Não é incrível?

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