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Tocar a vida é necessário
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O presidente Jair Bolsonaro disse que mortes por outras causas estão sendo registradas como provocadas pela Covid-19 no Brasil e que, nesses casos, os médicos "poupam autópsias".

"A pessoa está em situação complicada, vem a falecer e o pessoal mete Covid. Não é uma regra isso, mas é em alguns casos, o médico poupa uma autópsia. Alguns casos têm chegado ao conhecimento da gente. Não vou dizer que são fontes confiáveis, mas vou dizer que chega ao conhecimento", disse ele em live transmitida pelo seu Facebook, nesta quinta-feira.

"Alguns governadores, não sei com qual interesse, encaminham nesse sentido", completou. Sobre o avanço da doença, o presidente da República afirmou: "Estamos chegando ao número de 100 mil [mortes]; vamos tocar a vida". Nesta quinta, o país chegou a 98.493 mortes em decorrência da pandemia conforme dados do Ministério da Saúde; os infectados são quase 3 milhões.

A fala do presidente gerou reação esperada naqueles que tentam pinta-lo como basicamente o responsável pela pandemia e pelas mortes. É legítimo achar que Bolsonaro não demonstrou sensibilidade suficiente nessa crise, desde o começo. Mas há também muitos oportunistas tentando distorcer tudo o que ele diz, para acusa-lo de "sociopata" ou mesmo "genocida", o que é bizarro.

Gosto de lógica, da aristotélica mesmo. Então, vamos lá: a alternativa para "vamos tocar a vida" é... "não vamos tocar a vida". Ou seja, a paralisação, a imobilização, a histeria e o pânico na inação. Pergunto: e você, caro leitor, está tocando sua vida hoje? Ou está paralisado, paradinho, imóvel quase sem respirar?

Ora, morrem todo ano mais de um milhão de brasileiros. Cerca de 60 mil só por homicídios, fora inúmeras doenças. Claro que uma pandemia choca, mas, em que pese a suspeita legítima do presidente com algum tipo de exagero ou fraude, as pessoas precisam sim tocar suas vidas, ainda mais os autônomos que dependem da batalha diária para sobreviver.

O Poder360 publicou um texto, no começo da pandemia, com as causas de mortes no Brasil e nos EUA, e fica claro que já morrem todos os anos dezenas de milhares por doenças cardíacas e respiratórias. Isso não é banalizar as mortes por coronavírus, óbvio, mas entender que não há alternativa para "tocar a vida", e o risco é parte inexorável da vida.

É impossível acompanhar a postura dos detratores do presidente e não concluir, com o mestre Fiúza, que a turma aderiu à Seita da Terra Parada. O oportunismo salta aos olhos. Não se trata de empatia humanitária genuína, mas de um jogo político sujo, de uma narrativa que tenta desgastar o presidente.

Fizeram uma celeuma quando o número de mortes bateu em 50 mil, e podemos esperar nova rodada agora com 100 mil (sendo que o tal "cientista" da patota falava em mais de dois milhões de mortes!). São abutres que dançam sobre o caixão das pessoas, objetivando colher dividendos políticos. É bem mais podre do que qualquer fala "desastrada" de Bolsonaro.

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