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Tomara que o ranço estatizante do presidente não prejudique trabalhos – Jovem Pan
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Comentário de hoje no Jornal da Manhã:

Em entrevista à revista Veja desta semana, Salim Mattar, fundador da Localiza e Secretário de Desestatização do governo, se disse “frustrado”. Os interesses corporativos que precisa enfrentar são muito grandes para tocar sua agenda de privatizações. Não bastasse isso, os obstáculos criados pelo próprio governo atrapalham. Bolsonaro, afinal, nunca foi um liberal convicto, ao contrário de Salim e Paulo Guedes. A “conversão” é muito recente, e incompleta.

Por Salim e Guedes, todas as estatais seriam privatizadas. Já está claro que isso não vai ocorrer, nem de perto. Até a EBC, antro de petistas, vai continuar operante. As grandes, como Petrobras, Caixa e Banco do Brasil, nem pensar. Mas Salim quer torna-las, ao menos, mais enxutas, e conta com liberais em seus comandos para tanto.

“Se a decisão fosse minha, eu privatizava tudo. Não faz sentido o governo ter bancos. Mas a orientação que recebi é manter a Caixa, o Banco do Brasil e a Petrobras. Talvez eu esteja um pouquinho mais à direita do ministro Paulo Guedes, porque sou quase um libertário. Mesmo sem essas joias da coroa, será possível arrecadar quase 1 trilhão de reais com as privatizações”, disse.

Salim admite estar em fase de aprendizado, e reclama de obstáculos criados pelo próprio governo, em especial o ministério de Ciências e Tecnologia, de Marcos Pontes. Gostaria de acelerar o processo, mas entende que a prioridade é a reforma previdenciária. E finaliza a entrevista com uma frase de otimismo: “o governo está indo bem”.

Conversei brevemente com ele e, de fato, parece que o destaque na chamada não faz justiça ao teor essencial de sua mensagem. Para Salim, o fechamento foi ótimo, ou seja, é importante frisar que o governo, até aqui, vai bem. Poderia ir melhor? Claro, sempre! Mas é preciso ter paciência. Afinal, são apenas 3 meses. Tomara que o velho ranço estatizante do presidente não prejudique os trabalhos dessa equipe econômica dos sonhos de qualquer liberal. Com mais de 13 milhões de desempregados, o Brasil tem muita pressa na retomada do crescimento, e isso depende da agenda de reformas liberais.

Rodrigo Constantino

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