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Perigos e vantagens

Alimentos enriquecidos nem sempre são saudáveis

De nada adianta a adição de nutrientes se o produto contém alta taxa de gordura e valor energético acima do necessário

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Alimentos enriquecidos são cada vez mais comuns nas prateleiras dos supermercados. Com a adição de nutrientes extras, diversas marcas de leite, margarina, salgadinhos, biscoitos, chocolates e vários outros produtos passaram a conquistar a preferência dos consumidores na hora das compras. Contudo, avaliar as demais características do alimento antes de levá-lo para casa é fundamental, pois esse acréscimo de substâncias benéficas para o organismo nem sempre deve ser o fator decisivo da escolha.

De acordo com o engenheiro de alimentos Mário Roberto Maróstica Júnior, professor assistente da Uni­­versidade Estadual de Campinas (Unicamp), a suplementação não invalida características do produto que podem ser nocivas para o organismo e é a essa particularidade que o consumidor precisa ficar atento. "Se o alimento já é prejudicial, acrescentar alguma vitamina não vai resolver o problema. A pessoa tem de saber disso, porque, se ela quiser consumir mesmo assim, vai precisar maneirar na dose", explica.

Um exemplo corriqueiro são as margarinas enriquecidas com ômega 3, um ácido graxo que ajuda na redução do colesterol. Segundo Maróstica Júnior, não vale a pena investir moedas a mais neste tipo de produto, já que toda margarina tem altas dosagens de gordura trans, que é prejudicial à saúde. "O ômega 3, na margarina, não invalida o efeito ruim que ela provoca", alerta.

A nutricionista do Depar­­tamento de Nutrição da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) Mariana Del Bosco concorda. Para ela, os alimentos com propriedades não saudáveis podem até ser fortificados, mas o complexo de substâncias benéficas acrescido a eles não pode ser um diferencial, porque, em contrapartida, não os isenta de altas calorias, gorduras, valor energético acima do necessário e outras particularidades que podem prejudicar a saúde.

Alimentação balanceada

Além disso, ainda que os alimentos enriquecidos possam substituir fontes naturais de obtenção de alguns nutrientes, a nutricionista e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Helena Simonard Loureiro ressalta que esta não é a atitude mais recomendável. "Se todos nós conseguíssemos comer alimentos de todos os grupos, variando os alimentos que compõem cada grupo, encontraríamos na população falta de nutrientes específicos mais em função de algum problema de saúde", afirma.

Na visão de especialistas, a alimentação balanceada já garante a ingestão dos nutrientes necessários para que o organismo humano funcione de forma saudável. Por esse motivo, conclui Mariana, recorrer a alimentos fortificados quando as refeições são corretas é algo dispensável, pois é muito pouco provável que existam carências nutritivas neste caso.

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