Brasil está livre de epidemia, diz ministro

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O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou ontem que 81 milhões de pessoas foram vacinadas no Brasil contra o vírus da gripe A (H1N1), co­­nhe­­cida como gripe suína, e descartou a possibilidade de uma epidemia no país. O número representa uma cobertura de 88% do público-alvo da campanha, composto por 92 milhões de pessoas. A meta do Ministério da Saúde era atingir 80% deste público.

"O Brasil está livre de uma epidemia. Temos 42% da população imunizada. No ano passado, não tínhamos a vacina", disse o ministro durante apresentação na Organização Pan-Americana da Saúde. Segundo Temporão, trata-se da maior parcela de imunização do mundo. "É a maior vacinação que já ocorreu, superando inclusive os 77 milhões de imunizados contra a rubéola em 2008." A campanha começou no dia 22 de março e os números foram contabilizados até as 18 horas de quarta-feira.

Segundo o ministério, do início do ano até o dia 5 de junho, 74 pessoas morreram vítimas do vírus H1N1 no Brasil e 609 foram internadas. Mais da metade dos óbitos (56,8%) foi registrada na região Norte e 20 mortes (27% do total) foram de gestantes. Em 2009, do início de maio até o final do ano, foram 2.051 óbitos.

Mesmo com os bons resultados, três grupos não atingiram ainda as metas estipuladas. As grávidas es­­tão com 73% de cobertura, mas o ministério diz que isso já era esperado, pois a meta é chegar a 80% até o final do ano. A pior cobertura é das crianças de 2 a 5 anos – apenas 40% do público-alvo foi imunizado. O governo justifica que elas podem ter sido vacinadas em ou­­tras etapas da campanha.

Os adultos de 30 a 39 anos também não cumpriram ainda a meta: somente 70% deles se vacinaram.

Entre os estados, o que apresenta a maior cobertura é o Paraná (106% do total a ser vacinado), se­­guido por São Paulo (97%) e Santa Catarina (97%). Roraima foi o último colocado, com 69%. A vacinação continua sob a responsabilidade dos municípios.

Medicamentos

O Ministério da Saúde vai distribuir aos estados 1,9 milhão de medicamentos destinados ao tratamento da gripe A. As doses são suficientes para tratar 38 vezes mais casos do que o número de ocorrências graves que atingiram o país no ano passado (48.978). O estoque, destinado ao uso adulto e pediátrico, só será liberado em caso de necessidade comprovada. Uma parte será destinada à rede de farmácias populares, em que 90% do preço será subsidiado.