• Carregando...
 | Felipe Rosa/Gazeta do Povo
| Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

Dicas para escolher o seu próximo colchão

Como testar?

Na loja, deite sobre o produto e permaneça alguns minutos ali. Utilize um travesseiro e imite as posições em que você costuma dormir, vire-se de um lado para o outro. De barriga para cima, o quadril deve afundar um pouco no produto. De lado, quadril e o ombro devem entrar levemente sobre o colchão. Isto permite que a coluna fique alinhada.

Densidade

Colchões de mola e de látex não possuem densidade. Esta é uma variável dos colchões de espuma que mede a resistência do material ao peso. A densidade serve somente para uma pessoa, portanto, casais devem optar colchões de mola ensacadas ou de látex, pois estes produtos se adaptam aos pesos desiguais sobre o colchão.

Box versus estrado

Não faz diferença para a saúde dormir em um colchão apoiado sobre um box ou sobre o tradicional estrado de madeira. A única vantagem do box é permitir que o colchão fique em uma posição mais elevada em relação ao chão: deitar ou levantar de um colchão em uma posição muito baixa força as costas. O ideal é que o colchão fique na altura equivalente a um palmo acima do joelho.

Fontes: Xavier Soller, vice-presidente da regional paranaense da SBO e chefe do grupo de coluna do HC e do Hospital do Trabalhador; Auristela Moser, coordenadora da escola da coluna do curso de Fisioterapia da PUCPR.

Escolher o colchão errado não prejudica somente a qualidade do sono: o corpo todo sofre na tentativa de se acomodar sobre uma superfície desconfortável. "Um colchão ruim pode provocar insônia e tensão muscular, o que acarreta dores crônicas, problemas na coluna e vícios de postura", alerta a coordenadora da escola da coluna do curso de Fisioterapia da Pontifícia Uni­ver­sidade Católica do Paraná (PUCPR), Auristela Moser. Dormir em um colchão confortável contribui para um sono tranquilo, o que traz reflexos diretos na disposição e produtividade durante o dia.

Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), quem chegar aos 60 anos terá passado pelo menos 20 anos de sua vida deitado sobre um colchão. Dormir por duas décadas sobre um produto inapropriado rende dores de cabeça, torcicolos, incômodos musculares e na região lombar.

"Não existe um colchão para cada tipo de problema de coluna. O produto precisa ser confortável e ajudar a manter as curvas fisiológicas do corpo para que, quando deitados, a coluna se mantenha na mesma posição de quando estamos em pé", explica o vice-presidente da regional paranaense da Socie­dade Brasi­leira de Ortopedia (SOB) e chefe do grupo de coluna do Hospital de Clínicas da Univer­sidade Federal do Paraná (UFPR) e do Hospital do Trabalhador, Xavier Soller.

Os profissionais de saúde lembram que um colchão não deve ser companheiro de uma vida toda: a cada 10 anos é preciso trocar o produto, pois ele se adapta às curvas do corpo, o que "vicia" o formato do material e força as articulações e músculos.

Na medidaO colchão não pode ser nem macio demais, nem muito duro. Veja por quê:

- Colchão muito duro: não traz benefícios para a saúde. É como deitar sobre uma porta. Isto porque força a musculatura e as articulações, pois o colchão não acompanha a flexibilidade da coluna e os movimentos do corpo. É muito prejudicial para pessoas que sofrem com artrose, pois intensifica as dores devido à pressão nas articulações.

- Colchão muito macio: pode até ser confortável, mas é péssimo para a saúde. Não oferece resistência aos movimentos – o corpo afunda e isso provoca dores, pois os músculos ficam tensionados na tentativa de manter a curvatura da coluna.

Antes de escolher o seu próximo colchão, compare os detalhes abaixo:

Molas

Um colchão não deve ser só de molas: elas são acompanhadas por uma camada extra em espuma, látex ou viscoe­­­lástico, chamada pillow top.

- Vantagens: acompanha o movimento do corpo; respeita a curvatura da coluna; tem durabilidade e boa adaptação para casais. Prefira as molas ensacadas, em que a superfície se mantém estável onde não há pressão. Molas entrelaçadas ou bonnel garantem molejo, mas, se usadas por casal, caso um se mexa, o outro sentirá.

- Desvantagens: se o colchão não for de boa qualidade e se não for bem conservado, as molas centrais afundam no centro.

- Preço*: solteiro R$ 500 a R$ 5,2 mil e casal R$ 800 a R$ 8,1 mil (colchão com mola e outro material).

Espuma

A dica é procurar a densidade 28, que possui uma maciez intermediária e é coringa para a maioria das pessoas. A densidade 32 é mais dura e necessita de um tempo de adaptação para que o corpo se acostume a ela.

- Vantagens: preço mais acessível.

- Desvantagens: não é ideal para casais, pois ao escolher uma densidade, um dos dois dormirá em um colchão inapropriado; baixo poder de amortecimento; com o tempo a espuma perde a capacidade de voltar para a forma original.

- Preço*: solteiro R$ 300 a R$ 1,2 mil e casal R$ 500 a R$ 1,8 mil.

Látex

Fotos: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

O látex pode ser do tipo natural ou sintético.

- Vantagens: material mais nobre, é recomendado para todas as pessoas; rígido, mas também macio, o látex mantém muito bem a curvatura da coluna e se adapta aos demais contornos do corpo; é recomendado para quem transpira demais; higiênico, inibe a proliferação de fungos, ácaros e bactérias, sendo um alternativa ideal para os alérgicos.

- Desvantagens: como é feito com uma matéria-prima mais nobre, há um reflexo no preço do produto, que, em média, é mais alto do que o dos demais materiais.

- Preço*: solteiro R$ 2,6 mil, em média, e casal R$ 3,8 mil, em média.

Viscoelástico

Espuma sintética. A dica é não comprar um colchão totalmente viscoelástico. O ideal é que ele tenha, no máximo, entre 50% a 70% deste material.

- Vantagens: grande maciez e sensação de conforto; capacidade de deformar e retornar ao formato original;

- Desvantagens: é o colchão que mais recebe críticas dos usuários em relação a dores no corpo; a maciez excessiva exige que a pessoa faça mais força para mudar de posição durante o sono, o que a leva a despertar mais durante a noite; a possibilidade de mobilidade é menor; não oferece resistência à pressão.

- Preço*: solteiro R$ 700 a R$ 1 mil e casal R$ 1 mil a R$ 1,5 mil (colchão com molas e viscoelástico).

Fontes: Xavier Soller, vice-presidente da regional paranaense da SBO e chefe do grupo de coluna do HC e do Hospital do Trabalhador; Auristela Moser, coordenadora da escola da coluna do curso de Fisioterapia da PUCPR, e Michel Pereira Silva, diretor da Maxflex, fábrica de colchões paranaense.

*Os preços apresentam grande variação, pois existem diversas linhas de colchões. Os valores foram levantados com a Maxflex e também com a Sleep Home, de Curitiba.

As fotos foram produzidas na Maxflex, loja da fábrica, em Curitiba.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]