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“É complicado ver as pessoas ao seu redor abatidas e você tentando manter a alegria e a esperança. Mas eu não perdi a fé e o pensamento positivo. Eu sabia que ia sair dessa e ficaria mais forte que antes.” Cecilia Botelho, designer e musicista | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
“É complicado ver as pessoas ao seu redor abatidas e você tentando manter a alegria e a esperança. Mas eu não perdi a fé e o pensamento positivo. Eu sabia que ia sair dessa e ficaria mais forte que antes.” Cecilia Botelho, designer e musicista| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Manter a coragem, a fé e o otimismo, ter um pouco de teimosia e não abrir mão do bom humor. Pode ser difícil manter uma postura tão positiva diante de um diagnóstico de câncer de mama, mas a designer e musicista Cecilia Botelho garante: fugir do pessimismo e apostar nessa receita foi imprescindível para superar a doença.

Tudo começou há nove anos. Depois de quase sete anos fazendo uso de reposição hormonal, Cecilia fez uma nova consulta com seu médico, que ofereceu a possibilidade de trocar o medicamento. "Ele comentou sobre um produto a base de hormônios que era a sensação nos Estados Unidos e parecia ter menos efeitos colaterais, então decidi tentar."

O resultado foi inesperado. "Em três meses, voltei ao médico e, após uma bateria de exames, ele descobriu que minha mama esquerda estava cheia de pequenas manifestações que poderiam ser tumores. Alguns anos antes, tinha apresentado alguns nódulos nas mamas, mas nenhum deles maligno. Então foi um susto."

Novos exames foram feitos e, confirmadas as suspeitas, o médico explicou que o problema foi motivado por um desequilíbrio hormonal por causa da troca de medicação e a melhor forma de tratamento era fazer a mastectomia (retirada) da mama atingida.

Cecilia não pensou duas vezes. "Pedi para retirar as duas mamas. Ele argumentou que não era necessário porque a mama direita estava pouco afetada, mas não me convenci. Fui taxativa e disse que preferia tirar as duas de uma vez porque nunca mais queria passar por aquilo."

Ela relembra que o processo cirúrgico foi doloroso, mas nem nesse momento houve espaço para abatimento. "Na época, os médicos não permitiam que a cirurgia para reconstrução da mama e o implante de silicone fossem realizados no mesmo procedimento pelo risco de rejeição. Bati o pé, assinei um termo de consentimento dizendo que sabia dos riscos e rezei para que nada desse errado."

A recuperação, segundo ela, foi rápida e virou até motivo de piada. "Não fiz quimioterapia ou radioterapia. Optei por tomar um remédio que substituía as duas e fiquei no hospital o mínimo possível. Em casa, meu marido foi fantástico, não saiu de perto de mim e ajudou em tudo que foi preciso. Fiquei tão mimada que brincava que ele era meu mordomo particular."

Tanto bom humor para lidar com a situação, segundo ela, foi essencial para conseguir a cura. "Faço exames sempre e o câncer não voltou e, se Deus quiser, nunca mais vai aparecer. Foi uma luta difícil, mas não podia deixar a doença me vencer. Sou otimista desde criança e ainda quero viver muito. Depois de tudo isso, pode anotar: de câncer, eu não morro mais!", finaliza, aos risos.

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