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Gripe A H1N1 em Londrina

Hospitais já gastaram R$ 763 mil com internações

Levantamento do JL levou em consideração as informações de seis hospitais. Maior gasto é o da Irmandade Santa Casa, que gasta diariamente R$ 40 mil no tratamento da nova gripe

Desde o início de agosto, Centro de Referência já atendeu 4.708 pessoas com sintomas de gripe | Roberto Custódio/ Jornal de Londrina
Desde o início de agosto, Centro de Referência já atendeu 4.708 pessoas com sintomas de gripe (Foto: Roberto Custódio/ Jornal de Londrina)

Desde o final de julho, quando os atendimentos de casos suspeitos de gripe A foram intensificados em Londrina, os hospitais Santa Casa, Mater Dei, Infantil, Evangélico, Zona Norte e Zona Sul já acumulam gastos de R$ 763.356 apenas com internações. Somando-se a esse valor, os R$ 750 mil liberados pela Prefeitura para pagamento de horas extras e contratações temporárias de profissionais de saúde para a rede pública, os R$ 49.434 relativos aos 4.708 atendimentos do Centro de Referência, funcionando no Pronto-Atendimento Municipal (PAM), e R$ 288.425 com 6.640 tratamentos com o medicamento Tamiflu liberados para a 17ª Regional de Saúde, a conta sobe para R$ 1.851.215 em 22 dias.

O secretário da Saúde, Agajan Der Bedrossian, disse que a pasta não tem como levantar o que já foi gasto no combate da gripe A, afirmando que esse não é o momento para "ficar calculando os gastos, mas sim de tratar das pessoas". Segundo ele, "quando a situação estiver mais tranquila", a secretaria levantará todos os custos. No entanto, ele informou que os principais gastos têm sido para manter o custo operacional. Para calcular os gastos com os atendimentos no Centro de Referência, o JL tomou por base o valor repassado pelo SUS à Santa Casa, que é de R$ 10,50 por pessoa. Em relação ao Tamiflu, o preço unitário, R$ 43,43, foi calculado com base na última compra realizada pelo Ministério da Saúde, no valor de R$ 34,7 milhões, pagos por 800 mil tratamentos.

Vários servidores tiveram de ser afastados por apresentarem sintomas de gripe, assim como as gestantes. "Pelo que já analisamos esse valor [R$ 750 mil liberados pela Prefeitura] ainda será pouco. Mas também tivemos outros gastos, como produção de material explicativo. Fizemos 450 mil panfletos e cartazes para a distribuição, tudo com recursos próprios." Entre os hospitais, o maior impacto com os atendimentos de pacientes suspeitos da gripe A está sendo sentido pela Irmandade Santa Casa (Iscal), que administra a Santa Casa, e os hospitais Mater Dei e Infantil, que gasta diariamente R$ 40 mil. A direção da Iscal realizou um levantamento, a pedido do JL, e informou que nas últimas três semanas já foram gastos R$ 895 mil com internações e atendimentos de pronto-socorro.

Segundo o superintendente da Iscal, Fahd Haddad, os três hospitais são os que mais têm pessoas internadas com suspeita da nova gripe. Haddad disse que 63% dos atendimentos e 70% das internações da cidade estão concentradas nesse complexo hospitalar. Para o superintendente, esse levantamento mostrou que os hospitais estão "bancando" a maior parte do tratamento. Haddad explicou que uma diária de paciente em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) custa para o hospital R$ 2.241, porém recebe do SUS somente R$ 508. Já pela diária de um leito de enfermaria, o hospital recebe do governo R$ 115, enquanto tem custo de R$ 490.

"A maior conta está sendo paga pelos hospitais. Mas não podemos interromper o atendimento. É impossível recusarmos pacientes, pois estamos lidando com vidas. Por isso, vamos continuar realizando o nosso trabalho e cumprindo o nosso papel. Depois vamos ver se alguém pode nos ajudar", disse.

O superintendente da Iscal vê com preocupação o aumento da "fatura" a ser arcada pelos hospitais. Haddad disse que ainda há muita oscilação no número de pessoas internadas. "Teve dias que internamos 16 pessoas, outros foram dois. Depois sobe para oito, nove. Nos últimos dias, nos quais tivemos chuva e temperaturas mais amenas, as internações voltaram a aumentar. Então, estamos preocupados, pois os custos aumentam", explicou.

Ele acrescentou ainda outro fator que tem aumentado a fatura para os hospitais: a contratação de funcionários temporários para a vaga dos que precisaram se afastar por apresentarem sintomas da gripe. Haddad salientou que nesse cálculo não está incluído no levantamento realizado a pedido do JL.

"Já tivemos que contratar temporariamente aproximadamente 60 pessoas, para cobrir a vaga dos funcionários que precisaram se afastar com atestado médico, além de todas as grávidas da Iscal estarem afastadas temporariamente. Também temos um gasto alto com horas extras. Por isso, é preciso que a área da saúde seja vista com maior atenção pelos governantes, pois o hospital é o fim da linha: ou o paciente é curado ou ele morre."

No Hospital Evangélico, segundo a assessoria de imprensa, nas últimas três semanas permaneceram internados em média 20 pacientes por dia em enfermaria e dois em leitos de UTI. De acordo com o hospital, o custo médio de uma diária de enfermaria é de R$ 300, enquanto o da Unidade de Terapia Intensiva é de R$ 600. Com isso, o hospital já gastou aproximadamente R$ 158 mil em 22 dias.

Nos hospitais da Zona Norte e da Zona Sul, nesse mesmo período foram internados 95 pacientes. Segundo a diretora clínica do HZN, Vera Lúcia Marvulle, como as instituições são classificadas como hospitais secundários, a diária média paga pelo SUS é de R$ 70. Levando em consideração que cada paciente permanece internado, em média, cinco dias, o valor com o tratamento nas últimas três semanas, nas duas unidades, foi de aproximadamente R$ 11.480.

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