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A menarca pode ser adiada

Se os primeiros sinais de puberdade acontecerem antes dos 8 anos, é preciso procurar um ginecologista. Ele fará uma avaliação através de exame de sangue, ecografia pélvica e avaliação de idade óssea. Se constatada a precocidade, a menarca pode ser retardada com medicamentos. O tratamento dura de um a dois anos, dependendo do caso. Cada injeção mensal do medicamento custa cerca de R$ 500. "Por outro lado, se a menina chega aos 13 anos sem nenhum desenvolvimento puberal, também tem que investigar, pois pode ser sinal de doença ovariana", diz a ginecologista Marta Rehme, responsável pelo ambulatório de ginecologia infanto-juvenil do Hospital de Clínicas.

A puberdade nas meninas é algo que precisa ser investigado se os primeiros sinais acontecerem antes dos 8 anos de idade. Especialistas afirmam que essa é uma constatação mundial, mas que deve ser evitada. Do contrário, pode comprometer fortemente o aspecto psicossocial e o crescimento das meninas.

O primeiro sinal da puberdade é o nascimento do botão mamário (telarca). O ideal é que aconteça em torno dos 10 anos de idade. A partir daí é certo que os pelos pubianos (pubarca) surgirão de seis meses a um ano depois, e a primeira menstruação (menarca) acontecerá dentro de mais seis meses a um ano. Sabendo identificar os primeiros sinais, as mães podem prever a puberdade, sua possível precocidade e tratar a tempo.

Segundo o ginecologista Rodrigo Berger, do Hospital Nossa Senhora das Graças, não há uma estatística concreta, mas tem-se observado que, de uns 5 anos para cá, a menarca tem acontecido em torno de 8, 9 anos. Berger aponta a alimentação à base de flavonoides (soja) e fitohormônios (de plantas) como um dos fatores. Outro ponto teria relação com a sociedade em que vivemos, por estresse, cobrança e excesso de informação. "Toda vez que ficamos preocupados ou com muita expectativa sobre nós mesmos ou alguém, são liberados vários hormônios na circulação, como corticóides e adrenalina. Eles são responsáveis pela liberação de hormônios que estimulam a produção de estrogênio (hormônio feminino)", explica.

A endocrinopediatra Margaret Boguszewski, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), conta que os hormônios do estrogênio também agem no amadurecimento dos ossos. Segundo ela, no mesmo período em que ocorre a menarca, acontece a fase do estirão do crescimento, na qual os jovens crescem mais aceleradamente. "Depois que a menina menstruou a primeira vez, ela crescerá apenas um pouco mais, de quatro a oito centímetros no máximo. Significa que se a menstruação chegar mais cedo, a menina terá crescido menos, independentemente da média de altura da família."

Fator psicológico

A menarca precoce também pode afetar a menina psicologicamente, cujos efeitos podem perdurar pela vida adulta. "Ela não está preparada para essa situação diferente do meio em que vive. Se não for possível evitar, sugere-se um acompanhamento psicológico, no sentido de melhor adaptação e aceitação dessa nova fase, na qual ela tende a se retrair e apresentar baixa autoestima", diz Berger. A mãe – ou a pessoa que no momento faz o papel da figura materna na vida da menina – pode facilmente detectar a necessidade de evitar a menarca precoce. Basta perceber quando acontecer a telarca (nascimento da mama), que não deve ser antes dos 8 anos.

"É importante que a mãe sempre tenha muito diálogo com a filha e a observe, para perceber alterações de humor (mais fechada e irritada) e de desenvolvimento", explica a terapeuta familiar Maria Elizabeth Haro, membro do Conselho Regional de Psicologia. Segundo a especialista, com a chegada da adolescência mais cedo, algumas etapas da infância deixam de ser cumpridas. "Em alguns casos, as mudanças podem deixar a menina envergonhada, querendo esconder-se, e as amigas podem achar esquisito. O apoio da mãe é fundamental."

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