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A cidade de Recife e o estado de Pernambuco decretaram no domingo (29) estado de emergência por causa da epidemia de dengue e do aumento de incidências de chikungunya e zika, vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypt. A decisão ocorreu um dia após o Ministério da Saúde confirmar a relação entre infecção pelo zika vírus na gravidez e o nascimento de crianças com microcefalia.

Com o decreto, o governo e a prefeitura poderão adotar imediatamente, sem licitação, medidas administrativas necessárias para imediata resposta à situação, como implantação de força- tarefa para enfrentamento do mosquito e contratação temporária de profissionais.

A medida considerou a alteração no padrão epidemiológico de ocorrências de microcefalia e também a necessidade de se adotar medidas para diminuir os riscos provocados pelos três vírus.

No sábado (28), o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o zika vírus e o aumento de casos de microcefalia, principalmente em Pernambuco. Exames feitos em um bebê nascido no Ceará com microcefalia e outras malformações congênitas revelaram a presença do vírus em amostras de sangue e tecidos.

“A partir desse achado do bebê que veio à óbito, o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia”, afirmou a pasta em nota, reforçando que as investigações vão continuar para esclarecer como é feita a transmissão do vírus, a infecção do feto e o período em que a mulher grávida está mais vulnerável. Uma análise inicial, revelou o ministério, aponta para os três primeiros meses de gravidez.

A revelação foi considerada de extrema importância para o ministério, já que confirma uma suspeita levantada por pesquisadores pernambucanos desde o início do surto de microcefalia no Nordeste, no início deste ano. Este ano foram notificados mais de 700 casos de microcefalia no país.

A chegada do zika vírus no Brasil, no ano passado, não causou grande alarme no setor de saúde do país. A doença, que causa coceiras e mal estar semelhante a uma gripe, era considerada uma parente mais fraca da dengue. Apenas após o surto de bebês com microcefalia é que o zika vírus passou a chamar a atenção.

O ministério também confirmou duas mortes causadas pelo zika. O primeiro caso é de um homem com histórico de lúpus e de uso crônico de medicamentos corticoides, morador de São Luís, do Maranhão. O segundo, de uma menina de 16 anos, do município de Benevides, no Pará, que morreu no final de outubro.

As mortes, causadas por um vírus aparentemente fraco em adultos, causaram surpresa e serão investigadas pelo ministério. Esta semana, técnicos do Centro de Controle de Doenças, dos Estados Unidos, chegaram ao Brasil para participar das investigações, a convite do Ministério da Saúde.

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