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A principal dica para reconhecer a gripe é a ocorrência de febre | Anna Subbotina/Bigstock
A principal dica para reconhecer a gripe é a ocorrência de febre| Foto: Anna Subbotina/Bigstock

VACINA

Além de indicada contra a pneumonia, a Prevenar 13 também evitada outras doenças causada pelo Streptococcus, como otite, meningite, septicemia e bacteremia.

Mitos e verdades

Muito se especula sobre a eficácia de certos cuidados em relação a gripes e resfriados. Tire suas dúvidas:

• A gripe pode ser tratada com antibiótico.

Mito. Os antibióticos combatem apenas infecções bacterianas, e não matam o vírus da gripe.

• Canja de galinha ajuda a curar o resfriado.

Mito. Não há estudos que comprovem sua eficácia.

• Comidas pesadas devem ser evitadas.

Mito. À exceção da ingestão de muito líquido, não há outras recomendações alimentares. Mesmo a feijoada está liberada.

• Repouso é necessário.

Verdade. Mas a dose certa depende de cada pessoa.

• Tempo seco e inverno favorecem a gripe.

Verdade. Os vírus são sazonais. As pessoas permanecem juntas em ambientes fechados e o frio diminui a imunidade ao vírus da gripe. E o tempo seco prejudica a produção de muco, que é um mecanismo de defesa do organismo contra bactérias.

• A febre é uma reação natural e por isso não deve ser combatida.

Mito. A febre, embora seja uma reação natural do corpo a uma infecção (o corpo aumenta a temperatura para acelerar o metabolismo), deve ser combatida.

• Não se deve ingerir bebida alcoólica com antibiótico.

Verdade. O antibiótico precisa ser metabolizado pelo fígado, e o processo fica prejudicado com a ingestão de álcool. Além disso, a bebida corta os efeitos de alguns grupos de antibióticos.

Tosse, febre, secreção nasal e dor de garganta podem ser o início de várias doenças de origem respiratória, mas as mais comuns são o resfriado, a gripe e a pneumonia. O problema é justamente conhecer a diferença entre elas e saber quando é preciso tomar uma atitude mais severa, ou se apenas alguns cuidados serão suficientes para o problema ir embora.

O infectologista Marcos Antonio Cyrillo, da Socie­­dade Brasileira de Infec­­tologia (SBI), diz que os sintomas se confundem, mas que a gravidade de cada caso é o grande fator determinante do diagnóstico. "O resfriado é causado por um rinovírus, que fica só na área respiratória e provoca poucos sintomas. Apenas nariz escorrendo, garganta ardida, tosse seca, olhos um pouco vermelhos, mas nada de febre e dores no corpo", explica, diferenciando resfriado de gripe. "Essa é causada pelo vírus da Influenza, que tende a durar mais e tem um comprometimento maior do estado geral, com febre alta, dor de cabeça, perda de apetite e dor no corpo."

A pneumonia, uma infecção bacteriana no parênquima pulmonar, ocorre quando as bactérias que se juntam na garganta – e que comumente fazem parte da flora da faringe e da laringe — são aspiradas para o pulmão. "Geralmente é a bactéria do pneumococo que pode se instalar caso a imunidade do paciente esteja baixa. Ela é caracterizada por uma tosse carregada, febre alta e desconforto respiratório, às vezes até com dor", ensina Clystenes Odyr Soares Silva, pneumologista, professor da Escola Paulista de Medicina e Membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

O diagnóstico da doença pode ser feito clinicamente. Com uma ausculta, o médico examina se há indícios de infecção pulmonar. "No caso de uma pneumonia, um raio-x pode ser pedido para confirmar", detalha Cyrillo. Já na distinção entre o resfriado e a gripe, a diferença é sutil e fica por conta da intensidade e da duração dos sintomas. "Um resfriado dura dois ou três dias; uma gripe pode durar seis ou sete. Para o resfriado, é recomendado tomar remédios que tratem dos sintomas, como antitérmico, analgésico e anti-inflamatório. A gripe pode ser tratada assim também, ou você pode tomar medicamentos que combatam diretamente o vírus, como o Tamiflu. No caso da pneumonia, só com antibiótico", explica. A vacina da gripe também é destacada como um ponto importante para combater as doenças, segundo o especialista.

Porém, o infectologista alerta que não adianta tratar a gripe com antibiótico. "Ele mata as bactérias da garganta, mas não combate o vírus. Setenta por cento dos antibióticos que as pessoas tomam são desnecessários. Só que o antibiótico tem tratamento para cinco ou dez dias, e a gripe passa em sete. Então, parece que ele ajudou."

Infecção

Pneumonia mata 1,6 milhão por ano no mundo

A pneumonia é a doença infecciosa que mais mata no mundo e é particularmente preocupante entre crianças e idosos, que têm sistemas imunológicos incompletos ou já deteriorados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infecção é responsável por 1,6 milhão de mortes por ano no mundo e por 18% de todas as mortes de crianças de até 5 anos. Ela pode dar origem a infecções generalizadas, além de causar falência de múltiplos órgãos – a começar pelo pulmão.

Como a pneumonia pode ser muitas vezes decorrente da gripe, Silva diz que é possível evitar a doença tratando as causas da gripe, inclusive se vacinando contra a doença. "Geralmente ela pode ser tratada em casa e, em média, ser curada em uma semana, a menos que o paciente tenha comorbidades como diabetes e aids", explica o pneumologista Clystenes Odyr Soares Silva. A doença também ocorre com mais frequência em fumantes, alcoólicos, pessoas com doenças respiratórias crônicas e pacientes em quimioterapia.

Existe, por último, uma vacina específica contra a pneumonia, a Prevenar 13, que é utilizada em diversos países do mundo e autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usada no Brasil. Ela combate infecções causadas pelo Streptococcus pneumoniae, o pneumococo que mais causa a doença.

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