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Nova doença

Vacina contra zika vírus é possibilidade distante

Enquanto a vacina contra a dengue está cada vez mais próxima, estudos de um imunizante para a doença também transmitida pelo Aedes aegypti e que assusta o país ainda estão em fase de discussão

 | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
(Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina)

Enquanto a chegada de uma vacina contra a dengue ao mercado está muito próxima, um imunizante para o zika vírus – doença também transmitida pelo Aedes aegypti – ainda é uma possibilidade distante. Como o zika é uma doença relativamente nova, com poucos casos no mundo e, até pouco tempo atrás, considerada apenas uma versão mais branda da dengue, eram nulos os esforços para se desenvolver uma vacina contra o vírus.

Agora, pesquisadores iniciam conversas para desenvolver um imunizante. De acordo com a assessoria do laboratório Sanofi Pasteur – que está no estágio mais avançado das pesquisas para a vacina contra a dengue – novos estudos devem ser realizados com outro composto vacinal para o desenvolvimento de um imunizante para o zika. A empresa espera lançar no ano que vem no Brasil a vacina contra a dengue.

Veja em que pé está cada pesquisa de vacina contra a dengue

Segundo a diretora médica da empresa, Sheila Homsani, todas as etapas de pesquisas para aprovação da vacina já foram finalizadas e o pedido de obtenção de registro foi encaminhado às autoridades de saúde. A Anvisa recebeu o dossiê da pesquisa em março. O órgão agora avalia os estudos e resultados para decidir se libera, ou não, a comercialização da vacina contra a dengue no país.

O desenvolvimento do imunizante exigiu décadas de estudo. Nesses casos, depois de pronto o composto vacinal, são necessários testes pré-clínicos – feitos em laboratórios, primeiro em ratos e depois em primatas – e clínicos, realizados em humanos e divididos em três etapas. A primeira delas, com poucos voluntários, avalia a segurança do composto. A segunda etapa, feita com centenas de voluntários, testa a capacidade de prevenir a doença. A terceira etapa é realizada com um número muito maior de voluntários e avalia o grau de eficácia da vacina.

Essa fase consiste na vacinação de uma população com risco uniforme para a doença. Parte dos voluntários recebe a vacina e outra parte, placebo. Ao longo de um período, esse grupo é acompanhado para saber quem adoeceu. Depois desse acompanhamento, que pode se alongar por mais de um ano, é feito um cruzamento de dados para medir o quanto a vacina foi eficaz na prevenção da doença.

Depois, os resultados são encaminhados para as autoridades de saúde, que avaliam os resultados e liberam a vacina ou exigem mais estudos. Uma possível vacina para prevenir o zika precisaria passar por todas essas etapas e se mostrar segura a eficaz para ser liberada.

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