Vida e Cidadania

Ódio às estátuas: quem foi Borba Gato?

Derrubar estátuas não é algo novo. Em diversos momentos da história, os sentimentos de ódio, indignação ou frustração se voltaram contra monumentos.

Em 2020, o Black Lives Matter retomou a estratégia, derrubando estátuas de escravagistas nos protestos contra a morte de George Floyd por um policial nos EUA.

A ação do grupo americano foi copiada por movimentos semelhantes em todo o mundo e diversos monumentos acabaram destruídos.

No Brasil, no dia 24 de julho deste ano, diversos pneus e materiais inflamáveis foram usados para atear fogo numa estátua de Borba Gato em São Paulo.

Wikimedia Commons

O grupo “Revolução Periférica” assumiu a autoria do vandalismo. Um dos autores do atentado chamou Borba Gato de genocida e abusador.

O grupo cometeu um crime - destruição do patrimônio público, e também colocou em risco a segurança das pessoas com a ação.

Mas pode ter errado feio também na escolha do alvo de sua raiva.

Embora os bandeirantes de modo geral agissem com crueldade e não tivessem escrúpulos em assassinar e aprisionar índios, Borba Gato foge desse padrão.

Ele não escravizou nem dizimou indígenas. Segundo historiadores, sua ação se limitou à busca de ouro e pedras preciosas na região de Minas Gerais.

Segundo registros, pós assassinar um enviado da Coroa Portuguesa, em 1682, Borba Gato se refugiou na tribo dos Mapaxós.

Depois de 18 anos entre os índios, Borba Gato foi perdoado e voltou à cidade. Chegou a tornar-se juiz ordinário da Vila de Sabará.

Pixabay

Borba Gato, assim como outros personagens do período colonial brasileiro, não foi um santo, mas está longe de ser um genocida.

Quer saber mais sobre o assunto? Leia as reportagens da Gazeta do Povo.

Montagem: Jocelaine Santos

Imagens: Unsplash, Wikpedia, Pixabay.