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Casos alertam para os comportamentos em aeronaves que podem levar à expulsão do passageiro.
Casos alertam para os comportamentos em aeronaves que podem levar à expulsão do passageiro.| Foto: Bigstock

No último fim de semana, dois incidentes causaram tumultos em voos e levaram à retirada compulsiva de dois homens das aeronaves em destinos diferentes. Um deles aconteceu no Brasil, quando um homem foi retirado do voo Embraer E190/195 da companhia aérea Azul depois de, supostamente, consumir bebida alcoólica e causar confusão entre os passageiros e comissários de bordo.

O vídeo com o homem sendo retirado da aeronave circula nas redes sociais. De acordo com testemunhas, que relataram o caso, quando o avião se dirigia para Guarulhos, São Paulo, o homem passou a importunar outros passageiros e os comissários.

Momento em que o homem é contido e algemado por comissários. Foto: Reprodução vídeo Facebook
Momento em que o homem é contido e algemado por comissários. Foto: Reprodução vídeo Facebook

Antes de ser contido, teria gritado "Lula Livre" e incitado uma discussão política dentro da aeronave. Ele teria ainda dado uma cabeçada em um dos comissários, mas a Azul não confirmou a afirmação até a publicação dessa matéria. O homem foi contido com algemas de plástico e amarrado num assento do corredor da primeira fileira. Quando o avião pousou em Guarulhos, ele foi encaminhado para a Polícia Federal.

Cigarro de maconha no desembarque

Outro caso chamou a atenção também neste fim de semana. Um jato Airbus A321 da American Airlines fez um pouso não programado na sexta-feira (20), depois que um passageiro acendeu um cigarro de maconha em seu assento.

O caso foi filmado. Veja o vídeo:

O voo AA2408 estava indo de Phoenix para Minneapolis. Durante o voo o passageiro teria levantado a voz e avisado que havia consumido drogas. Minutos depois se trancou no banheiro por mais de 10 minutos. Ele teria voltado ao seu lugar e acendido o cigarro.

Foi quando o piloto anunciou, por interfone, que seria necessário fazer um pouso de emergência em Denver, por conta de "um problema de segurança", conforme confirmou a American Airlines. A empresa afirmou que tomou as medidas necessárias para o caso. Duas horas depois, a aeronave retomou o destino para Minneapolis.

Casos "comuns"

No ano passado, uma médica foi presa quando desembarcava no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) por xingar a tripulação do voo em que viajava. De acordo com a companhia aérea United Airlines, responsável pelo voo, a mulher teria chamado dois comissários de “viado” e “gorda, feia e velha” após ser repreendida por dançar pelos corredores do avião falando alto e incomodando os outros passageiros que tentavam dormir.

Segundo a Polícia Federal, que atende esse tipo de ocorrência nos aeroportos, ela teria tentado agarrar um dos comissários e jogado suco de tomate em outro após se trancar no banheiro. A United Airlines informou que o piloto do avião comunicou o crime às autoridades brasileiras, que aguardavam a passageira no desembarque.

A brasileira, que mora na cidade de Newark – ao lado de Nova York (EUA) – e estava visitanto a família em São José do Rio Preto (SP), disse na delegacia que estava terminando um tratamento psiquiátrico e que os remédios teriam afetado o seu comportamento. Ela pagou fiança de R$ 1 mil e foi liberada para responder em liberdade ao crime de injúria qualificada.

Embarque proibido

Pessoas que passam por tratamento psicológico tem algumas restrições de viagem, principalmente por causa dos efeitos que podem ser potencializados por causa da altitude e da pressurização do avião. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial, pacientes com esse tipo de problema só podem viajar de avião se estiverem com um quadro estável de sanidade, e desde que acompanhados por um responsável.

O Conselho Federal de Medicina elaborou uma cartilha que orienta aos passageiros sobre o que pode e o que não pode quando se está passando por algum tratamento médico. O documento, chamado de ‘Doutor, posso viajar de avião?’, aponta que “não devem voar as pessoas com transtornos psiquiátricos, cujo comportamento seja imprevisível, agressivo ou não seguro”.

A cartilha também possui orientações a passageiros em tratamento de doenças respiratórias, ortopédicas, cardíacas, entre outras, e pode ser consultada aqui.

O que pode levar à prisão?

Durante um voo, não importa a cidade ou o país, o comandante é a autoridade máxima do avião, e pode tomar a decisão que considerar melhor para a segurança dos passageiros.

No Brasil, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) garante ao piloto a autoridade “sobre as pessoas e coisas que se encontrem a bordo da aeronave”, e ele pode “desembarcar qualquer uma delas que comprometa a boa ordem, a disciplina, coloque em risco a segurança da aeronave ou das pessoas e bens a bordo”.

Pessoas que possam estar muito doentes, com risco de contágio, ou que provoquem confusões a bordo também podem ser retiradas. Há relatos até mesmo de voos interrompidos por causa de passageiros que consumiram muitas bebidas alcoólicas e foram retirados pelas autoridades do aeroporto em que ocorreu o pouso de emergência.

O passageiro que apresentar comportamento que comprometa a segurança do avião também pode ser retirado. Até mesmo uma simples meditação, como a que ocorreu em um voo do Havaí, nos EUA, para Tóquio, no Japão, no ano passado. Um passageiro de 72 anos foi preso depois que insistiu em fazer ioga ao invés vez ficar em seu assento. O piloto retornou para Honolulu e ordenou a retirada dele.

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