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Sacolas de pano ou lona, chamadas de ecobags ou retornáveis, são alternativas para levar as compras para casa | Fabio Rodrigues Pozzebomm/ABR
Sacolas de pano ou lona, chamadas de ecobags ou retornáveis, são alternativas para levar as compras para casa| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebomm/ABR
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Estudantes criam sacolinha de cola

A poluição provocada por sacolas plásticas é um problema ambiental que desperta a atenção de vários setores da sociedade. Com tanta gente envolvida e diversas propostas apresentadas, difícil imaginar que uma solução viável para esse desafio seria desenvolvida por alunos da educação básica.

Matheus Padilha e Adriana Guetter, ambos com 15 anos, não se intimidaram diante do macroproblema e elaboraram o protótipo de uma sacola feita de cola escolar – atóxica e solúvel em água – tão resistente quanto os modelos convencionais.

O experimento, desenvolvido em 2011, quando a dupla do Colégio Positivo ainda estava no 9.º ano, será um dos 19 projetos paranaenses apresentados a partir de hoje na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), a maior do país e ponte para feiras internacionais.

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PR discute veto à lei que proíbe embalagens

A exigência de distribuição so­­mente de sacolas plásticas biodegradáveis em estabelecimentos comerciais será debatida nos próximos dias na Assembleia Legis­lativa do Paraná. No final do ano passado, os deputados estaduais aprovaram um projeto de lei, mas a proposta foi vetada pelo governador Beto Richa, com os argumentos de que o custo seria repassado ao consumidor e que algumas embalagens tidas como alternativas são tão poluentes quanto as convencionais.

Agora os parlamentares precisarão decidir se acatam a decisão do governador ou se ignoram o veto e transformam o projeto em lei. A proposta prevê também que as sacolas oferecidas pelo comércio devem ser confeccionadas com material resistente.

Katia Brembatti

Experiência

Vários países cobram por sacolinhas

É mundial o debate sobre o uso corriqueiro de sacolas plásticas. Na maioria dos países, a saída encontrada foi cobrar pela facilidade como uma forma de desestimular o consumidor. Na Irlanda, por exemplo, as sacolas plásticas foram vendidas, inicialmente, a 15 centavos de euro. Com isso, houve a redução de 94% no consumo individual. Antes de 2002, cada irlandês usava 300 sacolas por ano. Agora, o número é de 21 sacolas anuais. Hoje, o preço da sacola é de 22 centavos de euro. O comércio oferece sacolas retornáveis.

Na Inglaterra, as sete maiores redes atacadistas assinaram acordo voluntário com o governo para reduzir à metade o consumo de sacolas plásticas até 2009. Para atingir a meta, houve investimento em ações de educação e conscientização dos consumidores, além da adoção de programas de fidelidade e campanhas de reciclagem.

Os Estados Unidos e o Canadá não têm leis nacionais regulando o uso de sacolas. Nesses países, cabe a cada estado adotar sua norma. Em Toronto, no Canadá, desde 2009 os comerciantes cobram 5 centavos de dólar por sacola plástica. O governo local incentiva que o dinheiro arrecadado seja usado na própria comunidade ou em iniciativas ambientais.

Das 27 capitais brasileiras, 17 já aprovaram leis que proíbem ou regulam o uso de sacolas plásticas em supermercados e outros estabelecimentos co­­mer­­ciais, aponta levantamento feito pela Agência Brasil. Curi­­tiba e o restante do Paraná podem aumentar essa conta em breve, já que o assunto está sendo debatido na Assembleia Legislativa (leia mais nesta pá­­gina). Manaus e Forta­leza também estão discutindo se devem estabelecer restrições.

As iniciativas já têm resultado: no Brasil, o número de sacolas plásticas distribuídas era de 17,2 bilhões por ano em 2008 e no ano passado somaram 15 bilhões. Entre­­tanto, aprovar a lei não significa colocá-la em prática. Em diversas cidades há ações na Justiça para suspender a aplicação da norma ou faltam fiscalização e programas de conscientização para reduzir o consumo.

Em Recife, a Justiça considerou inconstitucional a lei que obriga o fornecimento, por parte dos comerciantes, de sacolas oxibiodegradáveis – que contêm um aditivo que causa degradação mais rápida. O argumento é que o município não pode legislar sobre matéria de meio ambiente. Essa competência, segundo a Constituição, cabe à União, aos estados e ao Distrito Federal.

Na maior cidade do país, São Paulo, a Justiça também considerou a lei inconstitucional. Entre­tanto, foi assinado um acordo com a Associação Paulista de Su­­permercados para que, até 3 de abril, os estabelecimentos forneçam gratuitamente caixas de pa­­pelão ou sacolas biodegradáveis por R$ 0,19 e ecobags por R$ 1,80. A partir de 4 de abril, os consumidores deverão transportar suas compras em sacolas próprias.

O ideal, segundo o presidente do Instituto Sócioambiental dos Plásticos (Plastivida), Miguel Bahiense, é o uso racional das sacolas plásticas. Ele destacou que estudos mostram que sacolas plásticas têm melhor desempenho, inclusive no acondicionamento de lixo, do que outras embalagens. "Num aterro sanitário 0,2% é sacola plástica, 65% são material orgânico. A saída é ter incineração, reciclagem energética", diz.

Para a fundadora da Fundação Verde (Funverde), Ana Domin­­gues, a solução é acabar com as sacolas plásticas e educar o consumidor a usar engradados ou sacolas retornáveis. Caixa de pa­­pelão, segundo ela, deve ser a úl­­tima opção. "Já passou da hora de banir as sacolas. Não tem lógica usar um segundo para fabricar um produto, usar por meia ho­­ra e demorar 500 anos para tirar do meio ambiente", comentou.

Abandonar a sacola plástica tem sido a decisão de muitos consumidores, mesmo antes de leis regularem o assunto. A dona de casa Maria do Carmo Santos, por exemplo, diz que as sacolas retornáveis oferecem maior resistência, durabilidade e segurança para as suas compras. "Eu já abandonei o uso das sacolinhas de plástico há muito tempo. Elas poluem demais e sujam nossa casa. Eu até faço coleção dessas sacolas ecológicas, que são lindas, práticas e duram muito mais do que as de plástico", disse.

A dona de casa Graciana Maria de Jesus tem a mesma opinião. Para ela, as sacolas plásticas oferecidas no mercado não são de boa qualidade. "Essas sacolinhas de mercado não valem nada! Além de a gente passar raiva, porque rasgam com facilidade e nem para colocar no lixo servem. Comprei essa bolsa (ecobag) que dá para colocar mais produtos e para carregar é bem melhor", disse.

Interatividade

Curitiba e o Paraná devem banir a distribuição gratuita de sacolas plásticas? Por quê?

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