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O prédio desocupado: prefeitura ainda não tem prazo para ocupar o local | Fotos: Marcelo Elias/Gazeta do Povo
O prédio desocupado: prefeitura ainda não tem prazo para ocupar o local| Foto: Fotos: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Causa

PM relaciona crimes ao crack

O comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar, coronel Carlos Alberto Bührer Moreira, diz que a grande maioria dos casos de furtos e roubos no entorno do Viaduto do Capanema está ligada às drogas. A polícia não tem nenhum levantamento, mas na avaliação dele pelo menos 80% das ocorrências estão relacionadas ao crack. "Eles procuram levar qualquer objeto que possa ser trocado por droga", afirma Bührer. Segundo ele, em geral os delitos são cometidos por duplas ou trios que usam armas brancas ou simulacros de armas de fogo.

Bührer diz que a segurança do entorno do viaduto é feita por 12 policiais por turno das Rondas Ostensivas com Auxílio de Motocicletas, quatro equipes por turno das Rondas Táticas Motorizadas e pelo efetivo que fica em uma base da Rodoferroviária. "O nosso efetivo está nas ruas e o policiamento está sendo feito. Infelizmente, a polícia não pode ser onipresente e os casos acontecem", diz Bührer.

Em uma das passagens da equipe da Gazeta do Povo no local, uma viatura da PM fazia o patrulhamento na construção. O policial disse que passa diariamente por ali, pelo menos duas vezes por turno, mas que os ocupantes voltam assim que a polícia deixa o prédio. (FA)

  • Local foi depredado por vândalos e está cheio de objetos para o consumo de drogas

O local pode passar despercebido por muitos que passam pela Avenida Dario Lopes dos Santos, no bairro Jardim Botânico, em Curitiba. Mas, atrás de pilastras amarelas e entre colunas azuis, sob o Viaduto do Capanema, há uma construção abandonada que pertence à prefeitura de Curitiba e vem servindo como ponto de consumo de drogas e abrigo para moradores de rua, situação que tem deixado inseguros vizinhos e pessoas que passam pela região.

O imóvel tem dois pavimentos, cômodos amplos e impressiona pela sujeira e pelo cheiro forte de urina e fezes. Não há portas nem janelas e o acesso é feito pela lateral. Garrafas vazias e latas improvisadas como cachimbos são encontradas pelo chão.

Segundo moradores e comerciantes da região, o prédio nunca foi ocupado e os casos de roubos e furtos au­­mentaram no início do ano. Na tarde do último dia 16, um agricultor foi esfaqueado no viaduto e morreu no hospital. Há duas semanas, a filha do aposentado Nilton Harry Bronemann, grávida de sete meses, foi assaltada durante a tarde. Dois homens a ameaçaram com uma faca e levaram a bolsa e o celular. "Aqui não tem horário em que nos sentimos seguros", relata Bro­­nemann.

Edilaine Carquino, balconista de uma padaria na Rua Atílio Bório, conta que funcionários do estabelecimento são diariamente coagidos pelos frequentadores da construção. "Eles ‘marcam’ a nossa cara. A gente teme que algo aconteça lá fora", diz Edilaine, que já foi roubada na região. A comerciante Marta Marra diz que os casos têm afastado clientes. "Se não há lugar para estacionar na frente da loja, os clientes nem param. Já estou atendendo em domicílio para não perder o movimento."

Um homem de cerca de 20 anos disse que mora no local com outras duas famílias. Ele confirmou que o imóvel é usado como ponto de consumo de drogas. No segundo andar, onde vivem as famílias, há um varal com roupas estendidas. Logo na entrada do prédio há um barraco com uma cama improvisada.

A prefeitura repassou o imóvel para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente no ano passado, para a instalação de um Parque de Reci­cla­gem e Inclusão Social. Mas, em nota, a assessoria da secretaria informou que "em virtude de, no início deste ano, surgirem possibilidades de revitalização da Rodofer­roviária e de seu entorno, a instalação do Parque de Reciclagem foi descartada". Segundo a assessoria, a obra de revitalização já tem orçamento aprovado e será feita pela prefeitura. A assessoria da prefeitura não deu detalhes sobre o imóvel nem sobre como ele foi usado no passado.

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