O empresário Luciano Hang, proprietário das rede de lojas Havan, irá processar civil e criminalmente o grupo de comunicação UOL por publicação de uma matéria em seu portal de notícias, nesta terça-feira (22), que menciona que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria produzido um relatório questionando a lisura do patrimônio de Hang. Na mesma data da publicação da matéria, a Abin publicou uma nota negando a produção do relatório.
>> NOVIDADE: faça parte do canal de Vida e Cidadania no Telegram
Segundo a reportagem, o UOL teria obtido o suposto documento, que teria sido enviado também à Casa Civil, ao Alto-Comando do Exército, à Polícia Federal e a um senador que integra a CPI da Covid. O relatório, segundo a matéria, narraria desde o início a vida empresarial de Hang “aos 21 anos, com a compra de uma tecelagem, até as acusações que o levaram a ser investigado pelo possível financiamento de redes de fake news e do chamado gabinete do ódio”, cita trecho da reportagem.
A matéria cita, ainda, que o empresário – que é apoiador do presidente da República, Jair Bolsonaro –, passou a ter negócios com lisura questionável e que senadores planejam convocar Hang para depor à comissão.
“O documento não existe, o que caracteriza a produção de fake news, cujo único objetivo é prejudicar a imagem do empresário e, principalmente, do presidente Jair Messias Bolsonaro”, diz nota da assessoria de imprensa de Luciano Hang à Gazeta do Povo. “Vamos processar civil e criminalmente, rogando ainda por providências junto as esferas competentes, dada a gravidade da conduta do veículo de comunicação e do jornalista”, prossegue o comunicado.
Conforme a nota, não é a primeira vez que Hang é alvo de imputações de crimes em matérias do portal UOL e da Folha de S. Paulo, que pertencem ao mesmo grupo empresarial. Em 2020, a Folha e a repórter Patrícia Campos Mello foram condenados a pagar indenização para o proprietário das lojas Havan pela publicação de uma reportagem que ligava Hang a disparos em massa de mensagens contrárias ao Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições de 2018. A Folha de S. Paulo recorreu da decisão e o caso ainda está tramitando na Justiça.
Veja a nota completa da Abin
“A Agência Brasileira de Inteligência informa não ter produzido, recebido ou difundido relatório ou qualquer outro documento como mencionado pelo portal UOL em reportagem desta terça-feira – 22 de junho.
A Agência esclarece ainda que compete à ABIN executar a Política Nacional de Inteligência (Decreto n⁰ 8.793, de 29 de junho de 2016) com estrita observância dos direitos e garantias individuais, da fidelidade às instituições, dos princípios éticos e da segurança do Estado”.
Outro lado
À Gazeta do Povo, a assessoria de imprensa do Grupo UOL informou apenas que “O UOL mantém as informações publicadas”.
Justiça suspende norma do CFM que proíbe uso de cloreto de potássio em aborto
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
STF estabalece regras para cadastro sobre condenados por crimes sexuais contra crianças
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
Deixe sua opinião