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Jair Corrêa (de camisa branca), acusado de ser o mentor da chacina em Guaíra, desembarcou no Aeroporto Bacacheri, Curitiba, com forte escolta policial | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Jair Corrêa (de camisa branca), acusado de ser o mentor da chacina em Guaíra, desembarcou no Aeroporto Bacacheri, Curitiba, com forte escolta policial| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Preso acusado de ser o principal mentor da chacina de Guaíra

  • Jair Corrêa, acusado de ser o autor da chacina que matou 15 pessoas em Guaíra
  • Luiz Fernando Delazari, da Sesp, deu entrevista coletiva para explicar a captura de Jair Corrêa

Jair Corrêa, apontado pela polícia como o mentor da maior chacina da história do Paraná, se escondeu por 21 dias na selva. Corrêa, 52 anos, preso na manhã desta quarta-feira (15) no interior de São Paulo, não revela como fez para sobreviver durante todo esse tempo em que esteve escondido. Ele nega ser o responsável pelos 15 assassinatos ocorridos em Guaíra, no dia 22 de setembro, mas a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) diz ter provas suficiente para incriminá-lo.

Logo depois dos assassinatos em série, os autores dos disparos teriam se separado. Jair fugiu de barco pelo Rio Paraná para o município de Itaquiraí, Mato Grosso do Sul, quase na divisa com o Paraná, onde passou três semanas. A hipótese de que os autores da chacina estariam escondidos no Paraguai "não se confirmou", de acordo com o secretario da Segurança Luiz Fernando Delazari. Corrêa ficou escondido na mata durante esse tempo todo. "Lá é mata fechada mesmo, complicado. Mas ele tem facilidade para se locomover nesse meio", disse Delazari.

Na terça-feira passada (14), Jair se deslocava em direção a cidade de São Paulo, onde estaria sendo aguardado pela mulher e um filho. Foi preso na cidade paulista de Rosana, localizada próxima da divisa do Mato Grosso do Sul e Paraná. Ele não teria tido "tempo para oferecer resistência", disse o secratário, sem dar detalhes.

Um forte esquema de segurança escoltou Jair de Rosana até Curitiba. No início da tarde, chegou ao Aeroporto Bacacheri, na capital paranaense, a bordo de um avião monomotor. Cerca de 15 policiais portando armas pesadas em três carros de polícia aguardavam o acusado. Um comboio seguiu com sirenes ligadas até o 1º Distrito Policial, no Centro. Lá, Delazari deu entrevista coletiva e apresentou o preso. "Transferimos ele para cá [Curitiba] porque aqui está centralizada a inteligência da operação", afirma Delazari. O secretario diz ter provas que não deixam dúvidas quanto a autoria do crime. Não foi revelado onde Corrêa passaria a noite, mas os policiais conduziram o suspeito de maneira chamativa pelo Centro da cidade. Partiram da delegacia novamente com as sirenes ligadas e cantando pneus.

O acusado conversou por dez minutos com a imprensa. Corrêa, homem franzino de cerca de 1,60 metros de altura, se apresenta como um "pescador profissional". Ele confirma ter tido envolvimento com o tráfico de drogas - já cumpriu pena por isso -, mas afirma que estava fugindo em direção a São Paulo com medo de ser a próxima vítima da chacina. "Toda minha família estava sendo ameaçada", balbuciou o suspeito, que respondia as questões com frases curtas, tom de voz baixo e com olhar fixo no chão. Segundo a polícia, Jair é quem planejou e executou a chacina.

O crime

Na tarde de 22 de setembro, 15 pessoas foram assassinadas em um sítio no município de Guaíra, no Oeste do estado. Oito pessoas ficaram feridas – algumas delas se fingiram de mortas para escapar da execução. Uma mulher e duas crianças escaparam sem ferimentos. Entre os mortos estão duas mulheres – uma delas, menor de idade.

A chacina, a maior da história do Paraná, teria sido motivada pelo assassinato de um enteado de Jair e o desvio de uma carga de R$ 4 mil em drogas. A polícia já identificou outros três suspeitos de participação no crime -um deles seria filho de Jair. As buscas se concentrarão agora na captura dos outros autores e das armas usadas no crime.

Delazari ressalta que o crime não significa uma escalada da violência na região. Segundo o secretario, os autores estavam sob efeito de entorpecentes – teriam tomado altas quantidades de laranja com cachaça.

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