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Homem diz que policiais o obrigaram a confessar crime

Um dia após deixar a prisão, Josiane Portes de Barros, acusada de ter encomendado a morte do marido, participou de uma coletiva de imprensa para falar sobre o caso. Adel Ruts, prefeito de Rio Branco do Sul, foi assassinado no dia 1º de março no Centro da cidade da região metropolitana.

Na tarde desta sexta-feira (21), o advogado da acusada, Elias Matar Assad, apresentou um vídeo em que Fábio Faria, suspeito de ser um dos autores do homicídio, diz ter sido torturado por policiais na noite em que foi preso. Ele teria sido obrigado a confessar a participação dele como autor e de Josiane como mandante do crime. O depoimento de Faria foi gravado no Centro de Triagem II, em Piraquara, onde ele está detido, e foi concedido depois de um pedido dos advogados de defesa.

A mulher acusada, que conversou pela primeira vez com os jornalistas, disse que sofreu uma grande injustiça, pois não pode ficar com os filhos logo após a morte do marido. Ela foi presa três dias após o homicídio e chegou a ser solta no dia 31 de março, mas dez dias depois voltou a ser detida. Na última quinta-feira (20), uma habeas-corpus concedido pela Justiça colocou Josiane novamente em liberdade.

Sobre a partilha de bens, apontada com uma das motivações para o assassinato, a mulher disse que tudo já estava acertado verbalmente com Adel Ruts. Não teria acontecido nenhuma discussão por causa do dinheiro. Apesar de estarem separados, ela acreditava que o relacionamento pudesse ser reatado. Josiane não soube dizer que motivos podem ter causado a morte do marido.

Crime

O crime contra o prefeito ocorreu na noite do dia 1º de março. Segundo a versão oficial divulgada pela polícia, nesta data, por volta das 20 horas, Adel Ruts foi abordado por dois motociclistas, enquanto chegava em casa. Ele foi atingido por cinco disparos de arma de fogo. Os tiros teriam sido efetuados por Fábio Faria e Daniel Santos, que estariam na mesma moto. Os dois contavam com a cobertura de Selmo dos Santos, que acompanhava a ação criminosa em outra motocicleta.

Em coletiva realizada no dia 4, o ex-secretario da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, anunciou a prisão de Faria, um dos supostos atiradores. Daniel e Selmo continuam foragidos. A ex-mulher do prefeito, Josiane de Portes Barros Luz também foi presa. De acordo com as autoridades, ela teria sido a mandante do crime e já teria pago R$ 15 mil ao grupo pela execução. Outros R$ 10 mil ainda seriam recebidos pelo trio. A partilha de bens do casal e supostos casos de adultério teriam motivado o assassinato.

No dia 26 de março, foi realizada a reconstituição do crime. O processo foi conduzido por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e contou com a ajuda de pessoas que testemunharam o homicídio.

Defesa

Na noite em foi preso, Faria teria confessado o crime e apontado Josiane como a mandante do assassinato, mas posteriormente mudou seu depoimento, afirmando que nunca havia visto a mulher. Segundo Assad, com a mudança da declaração de Faria, não existiriam mais provas que pudessem incriminar a cliente dele.

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