Os dois homens que estão presos acusados de envolvimento na morte do delegado José Antônio Zuba, no dia 24 de agosto, foram denunciados por homicídio qualificado pela Promotoria de Justiça de Matinhos nesta quarta-feira (15). Francisco Diego Vidal Coutinho, 20 anos, e Paulo Roberto Pereira Quintal, o "Tutancamon", de 36 anos, vão responder ao processo e estão presos em Curitiba. A responsável pelo caso é a promotora Carolina Dias Aidar de Oliveira.
Na ação penal do Ministério Público do Paraná (MP-PR), além de Coutinho e Quintal, são citados Paulo Aparecido Alves de Abreu , o "Gauchinho", e Felipe "Tex", que foram mortos em um confronto com a polícia em Santa Catarina. De acordo com a ação, os quatro teriam vindo do Rio de Janeiro para o Paraná determinados a desenvolver uma carreira criminosa com a prática de roubos, extorsão e sequestros. Por isso eles portavam armamento pesados, inclusive com armas de fabricação estrangeira e de uso restrito.
Crime
O delegado Zuba e o funcionário público Adilson da Silva foram mortos durante uma abordagem policial em um camping de Pontal do Paraná, no balneário Carmery. O delegado, Silva e duas investigadoras verificavam uma denúncia de que homens armados estariam acampados. Ao chegarem ao local, foram recebidos a tiros de metralhadora e pistola. Zuba morreu na hora. Baleado, Silva chegou a ser encaminhado ao Hospital Regional de Paranaguá, mas faleceu em seguida. As investigadoras Noeli de Fátima Avine e Luiza Helena Santos foram rendidas, mas tiveram as vidas poupadas e foram soltas após a fuga dos criminosos.
Francisco Diego Vidal Coutinho foi preso no dia do crime. Os outros três criminosos estavam foragidos até que decidiram fugir para Santa Catarina, dois dias depois do assassinato. Felipe Tex, Paulo Gauchinho e Paulo Roberto Pereira Quintal começaram a fuga depois que roubaram uma viatura da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). Um agente estava verificando uma denúncia quando foi surpreendido pelo trio.
Os bandidos então roubaram o carro e fugiram em direção a Santa Catarina. Com o alerta da fuga, policiais catarinenses montaram uma barreira. Depois de percorrer 30 quilômetros, o grupo entrou na Estrada do Oeste, em Joinville, e abandonou a viatura. Em seguida, invadiu duas casas, fazendo Cordula Piske e a mãe dela de reféns. Eles fugiram no carro da família. Sua mãe foi solta em seguida, mas Cordula foi levada com o trio e acabou baleada em um confronto com a polícia.
Um helicóptero da polícia localizou o carro e teve início um forte tiroteio. "Tex" e "Gauchinho" foram mortos ao lado da estrada. "Tutancamon" fugiu pela mata. No rastro dele, policiais encontraram uma mochila com várias armas, além do armamento roubado da investigadora Noeli de Fátima Avine e do delegado Zuba.
Ele ficou escondido dos policiais por nove dias e foi preso no dia quatro de setembro, quando desembarcava no terminal central de ônibus de Joinville. As buscas pelo suspeito mobilizaram um efetivo de 200 policiais catarinenses e paranaenses.
Reconstituição
Uma simulação do crime foi realizada na última sexta-feira (10). Apesar de os acusados terem se recusado a participar da reconstituição, já que não são obrigados a produzir provas contra si mesmos, a versão contada pelas investigadoras que sobreviveram ajudou a polícia a determinar o que aconteceu no camping. O laudo sobre a reconstituição deve ficar pronto até outubro. O documento deve ser anexado no inquérito e encaminhado ao MP.
- Simulação aponta atiradores
- Tutancamon acusa colegas pela morte de delegado
- "Tutancamon" sai do mato e é preso
- Acusado de matar delegado é indiciado
- Caçada ao assassino do delegado
- Delegado foi morto por bandidos da Rocinha
- Bandidos do Rio matam delegado
- Morte é retrato da situação caótica do litoral
- Zuba teve atuação destacada
- Polícia estende as buscas por fugitivo até São Bento do Sul
- Granada que pode ser de fugitivo do Caso Zuba é encontrada em SC
- Em fuga, bandidos invadiram casa e fizerem família refém
- Caso Zuba: cerca de 200 policiais "caçam" fugitivo de tiroteio em Joinville
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
Proposta do Código Civil chega nesta quarta ao Senado trazendo riscos sociais e jurídicos
Método de aborto que CFM baniu é usado em corredor da morte e eutanásia de animais
Anteprojeto do novo Código Civil será apresentado no Senado nesta semana
Deixe sua opinião