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Perseguição e tiroteio assustaram os moradores do bairro Água Verde | Aliocha Maurício/Tribuna do Paraná
Perseguição e tiroteio assustaram os moradores do bairro Água Verde| Foto: Aliocha Maurício/Tribuna do Paraná

Uma nova versão coloca suspeita sobre os policiais que participaram do tiroteio ocorrido no bairro Água Verde, em Curitiba, na terça-feira (6). O advogado Gustavo Pereira, que defende o universitário que seria um suposto assaltante perseguido pela polícia, afirmou que seu cliente não possuía uma arma que, a encontrada no local, foi trazida por outras pessoas. "A arma chegou ao local um pouco depois dos fatos", disse o advogado.

De acordo com ele, o jovem acelerou quando viu o carro o perseguindo, pois acreditou que tratava-se de um assalto. "Ele foi vítima de uma tentativa de assalto recente e acelerou quando viu o carro descaracterizado da polícia", contou o advogado.

Segundo Pereira, os policiais disseram que o rapaz teria jogado a arma pela janela do carro durante a perseguição. O advogado rebate, lembrando que ele havia sido atingido no braço que teria jogado o revólver.

"Podem fazer qualquer exame nele que vão verificar que a mão dele não usou a arma". Pereira explicou que o revólver, calibre 32, apreendido pela polícia após a perseguição sequer havia sido disparado. Portanto, não teria ocorrido troca de tiros e não haveria motivo para os policiais terem atirado. "Ele nunca segurou uma arma. É estudante e não bandido". O rapaz estava em um Citroen C3 prata, mesmo modelo que estaria um suposto criminoso perseguido pela polícia.

O universitário está internado no Hospital Evangélico mas não corre risco de morte. OS policiais responsáveis pela abordagem eram da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV).

Polícia Civil

A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que a corregedoria da corporação abriu um inquérito para investigar a ação dos policiais na abordagem. Segundo a assessoria, um delegado da corregedoria já entrou em contato com o rapaz no hospital para começar a investigação.

Duas versões

Durante a tarde de terça-feira, o superintendente da DFRV, Emir Silveira, disse ao site Paraná-Online que a abordagem foi feita na Rua Arion Niepce Silva, por volta das 14h30. Ali um motociclista foi detido, mas não teve o nome divulgado. O C3 fugiu e o motorista teria atirado contra os policiais. No revide, um dos suspeitos foi baleado e o veículo teve as rodas furadas. O carro parou na rua Saint Hilaire (Rápida Pinheirinho-Centro), quase esquina com a avenida Silva Jardim.

Segundo a versão da polícia no local do tiroteio, um outro homem que estava no carro perseguido ainda conseguiu fugir. O rapaz baleado foi levado em estado gravíssimo ao Hospital Evangélico. Toda a quadra foi isolada, atraindo a atenção de quem passava pela região. Comerciantes e moradores ficaram assustados com os tiros.

No entanto, dois dias depois, em entrevista também ao Paraná-Online, o delegado da DFRV, Cassiano Aufiero, alterou alguns pontos da versão policial para o caso. Segundo ele, o jovem baleado resistiu à abordagem, exibindo uma arma de fogo aos policiais, e fugiu por mais de dois quilômetros, furando sinais vermelhos. Aufiero esclareceu que não houve nenhuma pessoa detida e nem mesmo um suspeito que fugiu.

Segundo o delegado, havia a denúncia que suspeitos em um veículo estariam procurando outras pessoas para fazer assalto. Um rapaz em uma moto, ao lado do carro, parou na abordagem, e foi liberado logo em seguida.

Já o motorista do C3, segundo Cassiano Aufiero, além de apontar uma arma para os policiais, jogou o carro para cima do veículo da Polícia Civil e fugiu. "Ele teve uma reação desproporcional, o que acabou gerando o tiroteio", afirmou. "Os policiais se identificaram, usavam insígnia e o carro estava com a sirene acionada, o que foi confirmado por todas as testemunhas", complementou.

O delegado informou que o jovem foi autuado em flagrante por direção perigosa, porte ilegal de arma de fogo e resistência à prisão. Segundo Aufiero, serão solicitadas as imagens de câmeras de monitoramento da prefeitura na região. Cinco testemunhas já foram ouvidas no caso e outras três intimadas.

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