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Proibidos de fazer greve por decisão da Justiça, que concedeu liminar ao governo do estado em novembro, agentes penitenciários iniciaram ontem três dias de protestos para receber reajuste de 14,89% retroativo a 2006 em suas gratificações – hoje, os agentes recebem R$ 1 mil de salário, mais R$ 1,5 mil de gratificação.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Clayton Agostinho Auwerter, em reunião em fevereiro a Secretaria de Estado da Administração e Previdência (Seap) havia prometido pagar o reajuste a partir de março. "Nos disseram, inclusive, que o valor já estava impactado na folha de pagamento. Depois, nos disseram que houve um engano e que receberíamos o mesmo reajuste dos outros servidores: 5% na gratificação e 5% no salário base", comenta Auwerter.

Para o presidente do sindicato, uma das possibilidades para o governo ter mudado de ideia seria uma retaliação pela rebelião na Penitenciária Central do Estado (PCE) nos dias 14 e 15 de janeiro, em que seis detentos foram assassinados e 90% da unidade foi destruída. Logo após a rebelião, o governador Roberto Requião disse que havia indícios de que agentes ligados ao sindicato haviam instalado propositalmente presos de facções rivais na mesma galeria, o que teria causado o motim. No começo de março, dois agentes foram presos acusados de instigarem a rebelião.

"Não é de se duvidar que isso (não dar o reajuste) tenha sido retaliação. Mas a culpa da rebelião não foi dos agentes. Não fomos nós que determinamos que os PMs saíssem da PCE", argumenta Auwerter, referindo-se aos 20 policiais militares que foram transferidos da penitenciária para trabalhar na Operação Viva o Verão, no Litoral, três dias antes da rebelião.

Em resposta, a assessoria de imprensa da Seap informa que a decisão não é política. E que o governo irá ceder aumento de 5% a todos os servidores públicos, conforme projeto aprovado na Assembleia Legislativa.

Acampamento

No primeiro dos três dias de protesto, ontem de manhã, os agentes fizeram caminhada pelo Centro de Curitiba, da Praça Santos Andrade à Praça Rui Barbosa, e doaram sangue no Hemepar. Hoje e amanhã, os agentes penitenciários intensificarão os protestos, acampando na frente do Palácio das Araucárias, sede do governo do estado.

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