O aumento das chuvas e da temperatura para as próximas décadas deverá trazer impacto sobre a produção agrícola mundial. O risco iminente trazido pelas mudanças climáticas faz com que esse tema entre na agenda de discussões dos produtores, já que existe a possibilidade de regiões inteiras tornarem-se impróprias a determinados cultivos. Além disso, o clima pode influenciar no aparecimento de novas pragas.
Para minimizar futuros danos e prejuízos, o assessor técnico de meio ambiente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Rodrigo Justus de Brito, defende que se aumente o investimento em ciência e tecnologia para que os agricultores estejam preparados e munidos com exemplares mais resistentes de produtos. "O Brasil tem ferramentas para minimizar essa situação. Nós podemos nos adaptar, porém, demandamos mais investimentos na adaptação de cultivares", considera.
Brito ressalta que o desenvolvimento de novas tecnologias não acontece de um dia para o outro. E defende que uma política de seguro e subsídio a produtores seja programada pelo governo federal para evitar que grandes perdas de produção sejam registradas devido ao clima. "O Brasil não tem um sistema de seguro agrícola capaz de absorver toda a nossa produção", explica.
Por outro lado, o Brasil encontra-se em situação favorável diante de outros países, já que existe a possibilidade de algumas culturas migrarem de região. Ao citar uma pesquisa da Embrapa, ele comenta que daqui a uns anos poderemos ter plantação de cana de açúcar até no Rio Grande do Sul, onde a produção de maçã e uva pode estar comprometida por causa do aumento da temperatura. "Isso não nos exime de fazermos a lição de casa para nos prepararmos", conclui.
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